Senhor, ajude-nos a cairmos sempre prostrados aos seus pés em sinal de constrangimento, submissão e amor!



sexta-feira, 26 de setembro de 2008

TESTEMUNHOS SOBRE DIETRICH BONHOFFER


"Os quais pela fé venceram reinos... foram mortos... (dos quais o mundo não era digno)..."
Hb 9.33-40


"Dietrich Bonhoeffer Na manhã do dia 6 de abril de 1945, entre as 5 e as 6 horas, os prisioneiros [...] foram retirados de suas células e o julgamento do tribunal de guerra lhes foi comunicado. Pela porta entreaberta de um quarto, no acampamento, eu vi, antes que os condenados fossem despidos, o pastor Bonhoeffer de joelhos diante de seu Deus em uma intensa oração. A maneira perfeitamente submissa e certa de ser atendida com que esse homem extraordinariamente simpático orava me emocionou profundamente. No local da execução, ele orou novamente e depois subiu corajosamente os degraus do patíbulo. A sua morte ocorreu em alguns segundos. Em cinqüenta anos de prática, jamais vi um homem morrer tão completamente nas mãos de Deus".

[Testemunho do médico do campo de concentração nazista Flossenburg, citado em D. Rance. Un siècle de temóins. Paris: Fayard-Le Sarment, 2000]


"O pensamento de Bonhoeffer ficou inacabado. A morte lhe chegou cedo demais. Foi então que surgiram seus diversos seguidores que tomaram emprestadas algumas de suas idéias dos escritos da prisão. Aconteceu a deformação de suas idéias e nosso autor foi transformado em precursor e pai da teologia da morte de Deus, da ética de situação e da teologia da liberação. Seus pretensos seguidores nunca levaram a sério sua formação teológica e a evolução de seu pensamento. Dezenas de livros foram escritos, mas poucos autores conseguiram penetrar nos labirintos do pensamento de Bonhoeffer".

[Prócoro Velasques Filho em sua obra Ética para nossos dias - Origem e evolução do pensamento ético de Dietrich Bonhoeffer]

Sola Scriptura!

PARA ANDAR SOBRE AS ÁGUAS, É NECESSÁRIO SAIR DO BARCO

"E Ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus." Mt 14.29

Eu havia preparado esse artigo há um tempo atrás, mas ainda não tinha um título. Foi quando recebi uma revista da Editora Vida e, para minha surpresa, ali estava um artigo escrito por um renomado pastor com esse tema. Não tive nenhum receio, fiz uma pequena alteração e copiei o título. É óbvio que o artigo é totalmente diferente, mas vale a explicação de onde veio o título.

O apóstolo Pedro quando ouviu a ordem do Senhor Jesus, não hesitou e foi ao encontro do Mestre. Confesso que perscrutando esse texto e me deixando envolver pela sua simplicidade e profundidade, cheguei a algumas conclusões pertinentes à vida cristã e à forma como a conduzimos.

“Andar sobre as águas”, fala de novos horizontes, novas propostas. Andar sobre as águas é solidificar o abstrato, concretizar o ideal, o sonho. No entanto, andar sobre as águas tem a conotação também de entrega total à vocação ministerial. É importante salientarmos que no envolvimento da vida cristã obtém-se, dentre muitas atitudes, a generosidade do Senhor. Foi o que aconteceu com Pedro, ele ouviu a ordem: “Vem”. Quantos de nós ouvimos essa ordem do Senhor e nos maravilhamos! Sim, maravilhamo-nos porque sabemos que somos úteis na obra do Mestre, porque podemos exercer o ministério a nós confiado, enfim.

“Andar sobre as águas”, portanto impele-nos a Cristo. É caminhar com o Senhor; ser participante de tudo que o Senhor destinou aos fiéis. É compartilhar com Cristo; ser Seu amigo; seu cúmplice. Andar sobre as águas é viver intimamente com o Senhor ao ponto de solidificar o que é líquido.

É isso que o Senhor deseja de sua igreja; que ela ande sobre as águas, que coloque em prática os seus ideais, que viva, cada dia mais intensamente os seus projetos, que lance mão no arado e não olhe para trás; que entenda e encarne a sua responsabilidade como agente de Deus na face da terra; que peça ao Senhor: “se és tu mesmo que está aqui e fala comigo, então me permita ir ao Seu encontro”; e, com certeza, ouvirá do Mestre, tal qual Pedro: “Vem”. Depois, ah! Depois é só lançar-se aos braços do Senhor e viver sobre as águas, viver na dependência exclusiva do Mestre. Aleluia!

Quando pensava nas razões básicas e nos privilégios de andarmos sobre as águas com Cristo, confesso que me veio uma sensação maravilhosa de que estava em outro mundo; pois não há nada mais agradável e mais importante neste mundo do que sabermos que somos úteis para o Senhor e que estamos sobre as águas com Ele. Todavia, pude voltar ao texto, perscrutá-lo mais um pouco e entender que Pedro só conseguiu o milagre de andar sobre as águas, só marcou seu nome nos anais da história cristã, porque um dia saiu do barco. O que representa sair do barco, então? Sair do barco tem a conotação de ato voluntário em seguir os passos e a ordem do Mestre. Sair do barco fala de disponibilidade interna, total e incondicional. Fala em aceitar os desafios propostos e amalgamados no santo ministério.

Não tenho dúvidas de que o Senhor deseja fazer dessa geração uma geração que marque, uma geração que faça acontecer, mas para isso é necessário que saiamos do barco. O barco da incredulidade, o barco da vida sossegada, o barco da escravidão, o barco do cristianismo mascarado, o barco do evangelicalismo, do modernismo, do farisaísmo, etc. Precisamos dar o primeiro passo, consciente de que o Senhor solidificará as águas a fim de que pisemos e marquemos nossos nomes na história. Não tenho dúvida alguma que ecoa a voz do Senhor nesse século dizendo: “Vem”. Sabemos que o mar está bravio, venta forte, é grande e intensa a luta, mas vamos sair do barco e andarmos sobre as águas. Vamos?

É muito importante sermos usados pelo Senhor, exercer nossos ministérios, mas não podemos nos esquecer de que para andarmos sobre as águas, é necessário primeiro sairmos do barco.....

Sola Scripturas.

domingo, 21 de setembro de 2008

A SANTA IGREJA, EM SUA TRAJETÓRIA, GUARDIÃ DOS VALORES E PRINCÍPIOS ETERNOS


INTRODUÇÃO


A Santa Igreja do Senhor é, indubitavelmente, a instituição mística guardiã dos valores e princípios eternos porque é o Corpo de Jesus. O nosso adversário, por sua vez, vem lutando, desde o princípio da história cristã, para desviar a Igreja de sua trajetória vitoriosa, apresentando sempre pressupostos teóricos e práticos que visam à destruição da Igreja.


Neste trabalho, sem pretensão alguma, apresentaremos, em três momentos, as artimanhas do adversário na sua incansável luta contra a Igreja. No período da Patrística, no período da Reforma Protestante e no período da hodiernidade.


Em todos esses períodos o adversário foi derrotado; e o foi porque a Igreja pautou suas idéias nos ideais sagrados, sobre os quais apresentaremos aqui. Nosso intuito é que todos os alunos dessa Escola Bíblica tenham consciência de sua participação nessa luta e, portanto, se apresente a Deus como “obreiro de que não tem do que se envergonhar”.


I - O Período da Patrística


A Patrística é o período que engloba o primeiro ao sexto século. Alguns estudiosos o colocam em datas um pouco divergentes, mas que giram em torno desse período. É também conhecido como o período dos Pais da Igreja, que, por sua vez, se subdivide em dois grupos: Os Pais Ante-Nicenos, porque o período de sua atuação se situa antes do grande marco na história da Igreja que foi o Concílio de Nicéia; e os Pais pós-Nicenos, porque o período de sua atuação ocorre depois do Concílio de Nicéia.


A Patrística é dividida em três grupos:


a) Os Pais Apostólicos: O período que abrange todo o primeiro século, encerrando-se com a morte de João, o último dos apóstolos a morrer.

b) Os Apologistas: O período que abrange os séculos posteriores ao primeiro. São os homens que Jesus levantou para convencer os líderes do estado de que os cristãos nada tinham feito para merecer a perseguição que lhes era impingida. Destacam-se nesse período: Justino Mártir, Atenágoras, Teófilo de Antioquia, Tertuliano, dentre outros.

c) Os Polemistas: É um período paralelo com o período dos apologistas, mas que tem objetivos diferentes. Os polemistas foram os homens que Jesus levantou para combater as doutrinas heréticas que tentavam entrar no seio da Igreja. Destacam-se nesse período: Irineu, Clemente de Alexandria, Orígenes, dentre outros.

É importante salientarmos que no período da Patrística ou dos Pais da Igreja, muitas heresias tentaram se instalar no seio da Igreja. Quase todas as tendências teológicas giraram em torno do conceito cristológico. vejamos algumas:

1) Ebionismo: Pregava um Jesus puramente homem, que, no ato do batismo, fora agraciado com poderes sobrenaturais.

2) Gnosticismo: Pregava a distinção entre Jesus e Cristo. Jesus era um homem comum, filho de José e Maria; Cristo era um espírito ou poder que desceu sobre Jesus quando de Seu batismo.

3) Arianismo: Pregava a divindade de Jesus, mas não aceitava sua eternidade. Aceitava que Jesus foi o primeiro dos seres criados, através de quem todas as outras coisas são feitas.

4) Apolinarianismo: Negava a integridade da natureza humana de Cristo. Afirmava que se Cristo é Deus, ou o Logos, divino, era incompatível uma inteligência infinita e uma vontade humana.

4) Nestorianismo: Negava a verdadeira união das naturezas humanas e divina em Cristo, afirmando ou dando a entender uma personalidade dupla em Cristo. Fazia objeção à frase: “Mãe de Deus”, usada pelos monges à Virgem Maria.

5) Eutiquianismo: Pregava a deificação da humanidade de Cristo ao ponto de hesitar em admitir que seu corpo era da mesma natureza que o nosso. Afirmava que não havia duas, mas apenas uma natureza em Cristo. Tudo acerca de Cristo era divino, mesmo Seu corpo.

II - O Período da Reforma Protestante


O Período da Reforma Protestante é um período singular na história da humanidade. Na verdade, o século XVI é marcado por um avanço enorme. Foi o século das grandes navegações, das grandes descobertas, da entrega às artes, à literatura. Não se pode negar que o homem já estava se desvencilhando das “amarras” impostas pela Igreja medieval.

O período, que precede a Reforma Protestante, conhecido como Humanismo, foi, sem dúvida, um marco divisor entre os ideais da Igreja Medieval e os ideais do homem.


Esse conceito acarretou mudanças em todas as áreas, inclusive, e talvez muito mais, na política. De modo que podemos afirmar que o mundo estava preparado para a Reforma Protestante.


Havia um interesse dos governantes de se libertarem de um poder centralizado em Roma; bem como havia uma mentalidade aberta demais para continuar amarrada às imposições de Roma.


O monge Lutero foi o primeiro a romper com Roma, mas ressaltemos aqui que nunca foi a vontade primeira de Lutero romper com a Igreja, seu desejo maior foi levar a Igreja de Roma ao entendimento que ela, ao longo da história, havia se desviado dos ideais sagrados.


Com Lutero, muitos líderes eclesiásticos, amparados pelos governantes de seus países ou províncias, também se distanciaram de Roma por questões doutrinárias. No entanto, houve uma tentativa do adversário para que o movimento da reforma fosse manchado por algumas heresias e tendências doutrinária-teológicas. Vejamos algumas:


a) A Venda das Indulgências: Muito embora tenha sido essa prática, fruto de concepções teológicas, que contribuiu muito para a Reforma. Muitos continuaram aderindo essa teologia. Pregava que havia uma participação do homem no processo de salvação. O homem, ao ofertar para a Igreja, poderia salvar sua alma ou a alma daqueles queridos que haviam mortos.

b) A questão da Doutrina da Predestinação: Muito embora tenha sido uma doutrina muito debatida, não contribui em nada para o processo de salvação. Prega a soberania de Deus. Tanto Lutero quanto Calvino aceitava tal doutrina, no entanto, Lutero aceitava a predestinação para a salvação, não dando muita atenção para os que se perdem; enquanto Calvino aceitava a dupla predestinação, tanto para a salvação como para a perdição, embasada na soberania de Deus. Foi um abalo na Igreja da Reforma.

c) O Conceito de Ceia: Lutero aceitava a consubstanciação como a melhor teologia para a Ceia do Senhor; Calvino negava a presença física de Cristo, aceitando apenas a presença espiritual de Cristo pela fé nos corações dos participantes.


III - O Período Atual


Nos dias atuais, muitas são as tentativas do adversário para desviar a Igreja de Jesus do seu foco, o céu através da observância das Escrituras. No entanto, por falta de tempo e espaço, vamos nos deter numa aberração que está ocorrendo em nosso meio e que tem, infelizmente, abarcado alguns irmãos – o Movimento G-12. Ressalta-se que esse processo evangelístico (células) em nada contradiz as Escrituras. Os métodos são eficazes desde que os resultados assim o sejam. No entanto, há uma teologia por trás dessa nomenclatura; não se trata apenas de um método inovador de uma evangelização eficaz, há todo um arcabouço teológico que contraria os ideais sagrados, por conseguinte, o repudiamos. Vamos trabalhar alguns pontos, abalizados pelo manifesto do Conselho de Doutrina da CGADB:


1) G-12: O movimento leva esse nome porque pensa e o atrela às doze tribos e aos doze apóstolos. Cremos que o número doze é presente em muitos aspectos na Bíblia, mas é um número como qualquer outro.

2) A Nova Visão: Acreditam que possuem uma nova visão. Cremos que o que Jesus pré determinou para a Igreja está inserido nas páginas da Bíblia, não cabendo nenhuma outra revelação nova ou nova visão. O apóstolo Paulo falou aos gálatas sobre isso – chamou de anátema.

3) Quebra de Maldição hereditária: Acreditam e pregam que muito do que se passa hoje é fruto e conseqüência de pecados cometidos por seus antepassados e até mesmo pela pessoa estando ela ainda no ventre materno. Ao passo que a Bíblia nos afirma que dos nossos pecados Jesus não se lembraria mais.

4) Libertação e cura interior: Assegura que salvação é decorrente dos encontros em que são realizadas as regressões, curas interiores, as libertações, etc. ao que refutamos, pois toda e qualquer tentativa de salvar o homem, fora do sacrifício de Jesus no Calvário é abominação às Santas Escrituras.


CONCLUSÃO:


Cabe a nós, servos do Senhor e militantes na santa Igreja, afirmarmos e reafirmarmos os ideais de Cristo prescritos na Bíblia Sagrada. Não permitirmos que nessa luta, o adversário saia vitorioso. Muito embora, cremos que a Igreja jamais perderá essa batalha.



BIBLIOGRAFIA
HAGGLUND, Bengt. História da Teologia. Concórdia Editora Ltda. 4ª Ed. 1989
CAIRNS, Earle E.. O Cristianismo Através dos Séculos. Ed. Vida Nova. 1992
THIESSEN, Henry Clarence. Palestras em Teologia Sistemática. IBR. 1999
www.avivamento.net/g-12 em 09/08/2008