Senhor, ajude-nos a cairmos sempre prostrados aos seus pés em sinal de constrangimento, submissão e amor!



sábado, 27 de dezembro de 2008

EU ACREDITO NO EVANGELHO DA CRUZ

“Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: Os profetas profetizam falsamente, os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles, e o meu povo assim o deseja. Mas o que fareis quando chegar o fim?”
Jr 5.30,32
A Igreja mística de Jesus não tem outra mensagem a pregar, outra atitude que não seja anunciar o evangelho da cruz. Sem sombra de dúvida, esta é a sina da Igreja. O evangelho completo ao homem completo; o evangelho todo a todo homem.

Quando Jesus disse que “as portas do inferno não prevalecerão contra minha igreja” (Mt 16.18), com toda certeza, estava profetizando sobre o processo de morte e ressurreição – caracteres visíveis e cruciais na teologia da salvação -, e sobre as arrebatadoras lutas e entraves, pelas quais sua Igreja passaria.

As artimanhas do adversário maior, na tentativa de impedir o avanço acelerado da Igreja ao longo da história, foram enormes e crescentes. Essas tentativas sempre passaram pela luta incansável em distanciar o evangelho da cruz. Quando a cruz sempre foi símbolo e marca no evangelho puro e sadio de Cristo, o diabo luta para ofuscar esse brilho. No mesmo texto de Mt. 16.13-23, Jesus assevera acerca de sua ida a Jerusalém, sofrer, padecer e morrer a fim de ressuscitar. A cruz estava nos planos de Deus já desde o princípio, como afirma o apóstolo Paulo em Fl 2.8: “E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”.

a) Os modernistas dos dias de Spurgeon

Charles Haddon Spurgeon (1834-92) foi o mais conhecido pregador da Inglaterra pela maior parte da segunda metade do século dezenove. Em 1854, apenas quatro anos após sua conversão, Spurgeon, então com apenas vinte anos, se tornou pastor da famosa Igreja Batista de New Park Street em Londres (anteriormente pastoreada pelo grande teólogo John Gill). A congregação rapidamente cresceu mais do que seu prédio poderia comportar, mudando-se então para o Exeter Hall, e de lá para o Surrey Music Hall. Nestes locais Spurgeon freqüentemente pregou para audiências com mais de 10.000 pessoas - e tudo isto em dias anteriores ao advento da amplificação eletrônica. Em 1861 a congregação se mudou definitivamente para o recém construído Tabernáculo Metropolitano.

Spurgeon foi um exímio pregador que confrontava o evangelho da cruz. Não aceitava que qualquer tipo de mensagem ferisse o cerne do evangelho – a mensagem da cruz. Sobre a adaptação da mensagem ao moderno de sua época, ele salientou:

“A idéia de um evangelho progressista parece ter fascinado a muitos. Para nós, essa idéia é uma espécie de híbrido de tolice com blasfêmia. Depois do evangelho ter se mostrado eficaz na salvação eterna de incontáveis multidões, parece tarde para querer muda-lo; e, visto que ele é a revelação de um Deus todo-sábio e imutável, parece um tanto audacioso tentar aprimora-lo. Quando trazemos à memória os cavalheiros que se propuseram a essa tarefa presunçosa, sentimo-nos bastante inclinados a rir; é como a proposta de toupeiras para melhorar a luz do sol...”

Spurgeon com sua mensagem sólida, revolucionou a segunda metade do século XIX. Levou até as últimas conseqüências, mas não usurpou, trocou ou barganhou com o evangelho da cruz.

b) O pragmatismo moderno

Hoje, estamos diante do pragmatismo, dos métodos folosóficos, sociológicos, etc e tal para se fazer a igreja crescer. Tentam adequar a mensagem do evangelho ao público. Não pode ser uma mensagem que fira os ouvidos, que cause dor ou algo parecido. Algumas igrejas hoje mais parecem auditórios repletos de pessoas desejosas para ouvirem exatamente aquilo que o pregador vai falar. Isto se dá pelo fato do pregador falar exatamente aquilo que o auditório deseja ouvir. O evangelho da cruz é diferente. Aqui o pregador fala o que o auditório precisa ouvir; necessita ouvir.

Sobre contextualizar a mensagem, ou seja, amoldar o evangelho àquilo que o público deseja ouvir, afirmou, acertadamente, John F. MacArthr Jr.:

“ (...) Em contraste, a ‘contextualização’ do evangelho em nossos dias infectou a igreja com o espírito desta época. Escancarou as portas da igreja para o mundanismo, para a superficialidade e, em alguns casos, para uma grotesca atmosfera de festividade. Agora é o mundo que dita a agenda da igreja.”

Pode até ser difícil, mas a batalha está travada. Como asseverou o profeta Jeremias: “Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra.” Não se trata de estratagemas para uma terceira guerra mundial ou algo de maior (sob a ótica humana) gravidade, não. É a união dos profetas e sacerdotes, sob a liderança do adversário maior para ludibriar o povo com um evangelho barato, sem cruz.

Acredito no evangelho da cruz por que:

1) É o evangelho bíblico

Paulo fala aos corintos: “Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Pois nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (1 Co 2.1,2). O evangelho da cruz foi sempre a mensagem de Paulo. Nunca o apóstolo adequou o evangelho para acomodar a quem tivesse ouvindo. Para Paulo o evangelho sempre foi o evangelho da cruz, com suas marcas próprias.

Ainda que alguns hoje tentem amordaçar o evangelho, amenizar sua mensagem, contextualizar sua doutrina, o evangelho da cruz sempre apontará o pecado, contrastará o erro e mostrará o verdadeiro caminho (At. 4.12). O evangelho da cruz traz prejuízos a todos que queiram usufruir de forma ilícita. Ninguém ganhou com o evangelho, muito pelo contrário.

Às vezes me pego pensando: se o apóstolo Paulo (ou qualquer outro apóstolo) vivesse em nossos dias...

2) É o evangelho que não aceita barganha

“Os profetas profetizam falsamente, os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles, e o meu povo assim o deseja”.

Que coisa horrorosa! Mas é o que se presencia nos dias atuais, nos dias do pragmatismo. Pastores cedendo os púlpitos para que pregadores preguem exatamente aquilo que os pastores desejam ouvir. Os ouvintes gritam, sapateiam, esperneiam, tudo em nome de um poder que não sei de onde vem. Vivemos a máxima: “Ele finge que prega, a gente finge que entende.” Paulo na sua carta pastoral, admoestou Timóteo, dizendo “... porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo coceira nos ouvidos, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças...” (2 Tm 4.3). É exatamente isso que presenciamos nos dias atuais. Pregação sem cruz; mensagem que faz cócegas aos ouvidos e satisfazem plausivelmente os ouvintes.

Há uma verdadeira barganha com o evangelho. Estão barateando a graça preciosa do Senhor.

3) É o evangelho da prestação de contas

“Mas o que fareis quando chegar o fim?”

O evangelho da cruz é o evangelho do caminho do Senhor. Paulo fala aos Cotintios sobre suas dificuldades (2 Cor 11). Caso o caminho do Senhor nos leve ao enfrentamento, à solidão, nada pode nos impedir de pregar o evangelho puro, o evangelho da cruz. Não podemos, em nome de um retorno financeiro ou reconhecimento trocar a mensagem do evangelho.

Quando chegar o fim, muitos dos que se dizem pregadores e portadores das verdades eternas se verão face a face com o Senhor, e não poderão fugir àquilo que o próprio Mestre lhes dirá.

Entendo que não podermos fugir a nossa sina, anunciar o evangelho da cruz. O evangelho sem engodo, sem mistura. Como afirma Francis Schaeffer: “Acomodar-nos ao espírito reinante no mundo contemporâneo é a forma mais grotesca de mundanismo, no sentido mais pleno da palavra”.

Que Deus nos abençoe!

Sola Scriptura.

domingo, 21 de dezembro de 2008

IBADAR REALIZA FORMATURA

Eu estava lá quando ele preparou os céus; quando traçou o horizonte sobre a face do abismo, quando firmou as nuvens acima, quando fortificou as fontes do abismo, quando pôs ao mar o seu termo, para que as águas não desobedecessem à sua ordem, quando compôs os fundamentos da terra. Então eu estava com ele e era sua aluna (...)
Pv. 8.27- 30
A noite do dia 20 de dezembro será, com toda certeza, um marco divisor para os alunos formandos do Instituto Bíblico das Assembléias de Deus em Angra dos Reis. No auditório do Colégio Estadual Dr. Arthur Vargas, realizamos a formatura da turma Pr. João dos Santos Glória. Não se pode negar que foram momentos maravilhosos e inesquecíveis; desde o primeiro ato, composição da Mesa, até a diplomação.

O Senhor nos brindou com momentos mágicos. Os formandos entraram ao som do hino “Castelo Forte”, autoria de, nada mais que, Martinho Lutero (o grande reformador); em seguida, todos de pé, entoamos o nosso Hino Nacional Brasileiro, também ao som da Orquestra Eterno Louvor (Assembléia de Deus – Ministério Sul Fluminense). Depois se seguiram, a palavra do orador da turma, uma mensagem de consolo aos familiares do saudoso irmão Wilton Santos, que se formaria nesta data. Em seguida, mais um momento brilhante: as homenagens às três pessoas que se destacaram ao longo do ano, sob a ótica dos formandos e da direção do IBADAR: Pr. Profº Jorge Moraes, irmã Rosângela Rabha e Pr. João dos Santos Glória, que foi aplaudido de pé por cerca de 2 (dois) minutos. Foi, sem dúvida alguma, um momento áureo da formatura.

Em seguida foi feito o juramento pela turma de seguir fielmente os ideais de Cristo e lutar por uma teologia ortodoxa e não liberal. Após o juramento, houve um momento de louvor apresentado pela orquestra “Eterno Louvor” sob a regência do imponente servo de Deus, Pr. João Ramos. Foram cerca de 30 minutos de puro e verdadeiro louvor ao Senhor. Um preâmbulo para a mensagem.

Em seguida, o Pr. Profº Jorge Videira assumiu a tribuna para a ministração da Palavra do Senhor. Ministrou sob o texto de 2 Reis 5.1-13. O Pr. Jorge Videira dissecou o texto, falando sobre 12 acontecimentos na vida de Naamã que são de grande valia para o ministério. O teor de sua mensagem foi a aproximação do sagrado e o distanciamento de tudo que seja profano; a submissão incondicional à voz do Senhor em detrimento a qualquer outra ação. Foi o momento mais importante, mais esperado e mais aplaudido da formatura. Como o Senhor nos brindou com uma palavra maravilhosa!!!

Após a mensagem todos os presentes cantaram “Tu és fiel, Senhor”. Em seguida, coube ao Pr. Josias M. Ferreira, presidente da Assembléia de Deus – Ministério Sul Fluminense, expor suas palavras. Em seguida, sob a responsabilidade do Pr. Profº Luís Filipe Correa e do Pr. Profº Jorge Moraes, foi feita a entrega dos diplomas. Um momento maravilhoso e muito esperado.

Diante de todo o ocorrido e de uma formatura tão pomposa no auditório do CEAV, alguns pontos devem ser analisados e meditados:

a) O obreiro não deve se omitir diante da verdade bíblica e sagrada

Os novos formados em Teologia, assim como todos os obreiros, devem ter sempre em mente que a única verdade (não falo sobre verdades ou verdade relativa, falo sobre a única verdade) é aquela descrita na Palavra de Deus. Podemos expor os contraditórios sobre questões secundárias, tais como costumes de instituições, todavia, jamais sobre questões bíblicas.

Fomos chamados para sermos guardiões da Verdade e por ela lutarmos. Não podemos permitir calados, que os caracteres do pós-modernismo se infiltre nos meandros da ortodoxia e da ortopraxia, fazendo-nos escravos sem a verdade suprema.

b) A prática da verdade bíblica deve ser realidade em nossa vida

Não podemos ser apenas leitores e pregadores da verdade sagrada, mas precisamos ser muito mais que isso, precisamos ser praticantes da verdade bíblica. Como o Pr. Jorge Videira ministrou, “o verdadeiro homem de Deus não recebe nada de quem quer que seja, inclusive de políticos, sem saber a procedência”. É incrível a forma como os homens de Deus de hoje, não conseguem mais discernir entre ovelhas e eleitores, dizimistas e etc e tal.

Fomos chamados para sermos praticantes de toda verdade sagrada. A Bíblia é a inerrante palavra do Senhor, nossa bússola condutora. É por ela que devemos nos pautar em todas as questões, mesmo que seu direcionamento pareça estranho aos olhos da sociedade, nossa conduta deve ser direcionada pela Palavra do Senhor.

c) Somos obreiros em uma geração pós-moderna

E em última análise, precisamos entender que somos obreiros do pós-modernismo, ou seja, somos a geração que deve combater de forma clara, objetiva e firme, os postulados da pós-modernidade. A insegurança, a incerteza e a relatividade das questões, até então, absolutas são os alvos desse movimento demoníaco, no entanto, há uma geração de novos estudantes da Palavra de Deus que têm a convicção de que precisam trabalhar incansavelmente pela fé que uma vez foi dada aos santos.

Conclusão
Termino essa meditação, após os momentos mágicos da noite de ontem no auditório do CEAV, reafirmando que a Instituição de Ensino Teológico que, pela graça de Deus, dirijo caminhará sempre na direção da ortodoxia e da ortopraxia, lutando sempre contra quaisquer que se levantem contra o sagrado.
Sola Scriptura