Senhor, ajude-nos a cairmos sempre prostrados aos seus pés em sinal de constrangimento, submissão e amor!



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Prega a palavra!


"Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos
e os mortos, na sua vinda e no seu Reino,
que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas,
repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina."
(1 Tm 4.1,2)

Desde os primórdios dos tempos apostólicos, percebe-se a preocupação com a pregação genuína da Palavra.  A pregação sem mistura, sem engodo e sem conveniência; a pregação pura, simples e objetiva.  O mesmo sentimento houve, também, por parte dos reformadores.  A importância da Reforma deu-se muito pela ministração pura da Palavra do que por qualquer outra ação.  Um dos "solas" da Reforma, inclusive, foi o Sola Scriptura; Somente a Escritura.

Interessante que percebemos nos dias atuais, muitos se dizendo e se portando como pregadores, mas que fogem às ordenanças bíblicas e aos postulados dos pais da igreja e dos reformadores.  Percebemos um abandono total da pregação séria, um apego às fábulas e tradições em detrimento ao texto sagrado.  O bom pregador para muitos não é aquele que, em oração e seriedade, prepara um sermão respeitando todas as regras da hermenêutica aliado à submissão do senhorio de Cristo na mensagem; muito pelo contrário, o que se percebe são muitos sendo ovacionados por que fazem do púlpito um palco de show pirotécnico com uma oratória brilhante, mas encharcada de fábulas profanas e tradições alienadas.

Ontem, ouvi um pregador (conceituadíssimo no cenário evangélico) afirmar que o homem fora criado por Deus sendo árvore com dez raízes, ou seja, o homem antes de receber o fôlego de vida, era uma árvore plantada no chão pelas dez raízes, que seriam seus futuros dez dedos.  O pior de toda essa afirmação é que ele justificou com dois textos bíblicos (Sl 1.3; Mc 8.24), enfatizando que uma prova estava no Antigo Testamento e outra no Novo Testamento.  Que heresia!  Não precisa ser um exegeta bíblico nem um profundo conhecedor para entender que esses dois textos não justificam tal ideia, pois os textos apresentados trazem o elemento comparativo "como", que tem a conotação de semelhante.  Vamos aos textos:

"Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará."

"E, levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens, pois os vejo como árvores que andam."

Sabe o que mais me chama atenção?  O fato de muitos irmãos saírem do templo regozijando com a mensagem.  Falta-nos a crítica construtiva, a crítica bereana.

O tal pregador foi mais além na sua ânsia de profanar o púlpito santo, afirmando que o Senhor Jesus é inferior ao Pai.  Utilizando de uma palavra lógica e, aparentemente, coerente, afirmou que tudo acontece primeiro na mente para que, posteriormente, se historifique; desta forma, a mente era Deus - em Gênesis 1- que pensou a criação, idealizando-a; a partir daí, ele usa a palavra, o verbo, para historificar sua ideia.  Nesse momento, ele cita João 1.1 para afirmar que o verbo é Jesus.  A heresia estava por vir, e confesso que não consegui conceber a ideia de que ele falaria o que falou.  O tal pregador afirmou que Deus fez todas as coisas pensando primeiro e usando o verbo - Jesus - para historificar sua ideia, no entanto, quando foi para fazer o homem, coroa da criação, ele não usou o verbo - Jesus -, muito pelo contrário, ele fez sozinho, com suas próprias mãos, deixando claro que no "haja" que precede a criação do homem, Jesus participa como agente secundário, mas na criação do homem, como seria o ápice de sua obra, Ele não precisaria de agente secundário, pois criaria sua "obra primária".  Enquanto isso, a igreja "delirava" como quem estava recebendo e entendendo tudo.

Sabe?  No pensamento dele, e uma questão de causa e efeito.  A causa é Deus, o efeito é o verbo - Jesus.  Poderia citar muitos textos que apresentam Jesus sendo Deus, inclusive João 1.1., não o farei porque sei que a base da doutrina evangélica é aceitar a divindade de Cristo.  Mas fico muito preocupado com a massa de manobra que vão para o templo na finalidade de adorar a Cristo e O maldizem quando concordam - a partir do glória a Deus e aleluia - com essas aberrações.

É isso.

Sola Scriptura.