Senhor, ajude-nos a cairmos sempre prostrados aos seus pés em sinal de constrangimento, submissão e amor!



terça-feira, 7 de outubro de 2008

JESUS À PORTA

Eis que estou à porta, e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ap 3.20

Introdução
Laodicéia era uma pequena cidade, mas não por isso menos importante, situada no vale de Licos, na província da Frigia. Recebeu esse nome em homenagem à esposa de seu fundador, o Imperador Antíoco II da Síria, no 3ª século a. C.. Ficava localizada entre duas importantes cidades: Hierápolis, famosa por suas fontes de água quente; e Colossos, cercada por fontes de água mineral fresca. Veja a sina de Laodicéia: era abastecida pelas águas dessas duas cidades através de manilhas de barro, e a água quente que vinha de Hierápolis, chegava morna, e a água fresca que vinha de Colossos, esquentava no calor do sol e também chegava morna, logo suas águas eram mornas.

Mas, Laodicéia não possuía só suas águas mornas, era também conhecida por três atividades essenciais: confecção de roupas de lã negra, fortíssimo centro bancário por causa do ouro que ali circulava (troca de moeda) e por uma escola de medicina que fabricava um raro colírio para a cura dos olhos.

Eis que estou à porta

É interessante notar que o Senhor, em Filadélfia, pôs uma porta aberta (Ap 3.7), mas em Laodicéia, a igreja pôs uma porta fechada. Muitos lêem esse texto e o interpreta como que se o Senhor estivesse convidando os ímpios ao arrependimento, quando na verdade, o convite é feito a uma igreja. Laodicéia possuía sérios problemas, enfermidades e feridas profundas, no entanto o que mais doía no Senhor era encontrar a porta fechada. Isso deve nos levar a algumas reflexões e introspecções.

a) Conota perda de Comunhão
O primeiro homem a fechar a porta para o Senhor foi Adão (Gn 3). Houve ali uma ruptura na comunhão vertical entre Adão e o Deus. O pecado afastou Adão do Senhor e o fez alguém que anda escondido, atemorizado, sem paz. Adão possuía, ainda, um belo jardim, uma esposa muito bonita, mas havia perdido a comunhão com o Senhor. Ele fechou a porta para o Senhor! O pecado da desobediência, de fazer aquilo que o Senhor disse para não fazer, foi o pecado de Adão. Há uma necessidade mais que urgente da igreja do século XXI atentar para essa realidade. A desobediência afasta o homem do Senhor, fecha a porta, corta a comunhão. A artimanha do adversário é antiga, ele sempre trabalhou de um único jeito: esfriar a relação do homem com seu Senhor. Foi assim no passado e é assim hoje. Aparentemente, estamos cercados de iguarias. Tal qual Laodicéia, temos águas frescas de um lado e águas térmicas de outro, mas nos esquecemos de que essas águas não nos pertencem, as que nos pertencem são mornas. À semelhança de Laodicéia, temos atividades essenciais: roupas de frio para nos agasalhar em tempestades, riquezas imensuráveis e remédios para nossos olhos, no entanto, não temos sensibilidade nem percepção da decepção do Senhor diante de nossas atitudes. Ter colírio não resolve, por si só, o problema dos olhos. Israel foi advertido pelo Senhor por ter remédio, médicos, mas não ter a cura; “Porventura não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá médicos? Por que, pois, não teve lugar a cura da filha do meu povo? (Jr 8.22). Depreende-se desse texto, portanto que mais importante não é ter colírio ou bálsamo, a cura se dá mediante um retorno à relação vertical com o Senhor; mediante à abertura da porta.

Após Adão, Israel também por várias ocasiões fechou a porta para o Senhor. Percebe-se, ao longo da história, que os homens fecham a porta para Jesus. Rompem a comunhão com o Senhor por motivos mesquinhos.

Se alguém ouvir, abrir... Entrarei, cearei

Diante do exposto, depreende que o Senhor não desiste. Dizem que o brasileiro não desiste nunca, penso que o Senhor é mais insistente. Ele percebe Laodicéia, uma igreja morna, aderindo aos anseios da carne e do pecado, distante da sã doutrina e dos bons costumes, longe dos marcos, causando ânsia de vômito, mas Ele está ali batendo incessantemente a porta do coração. Ele sempre amou a igreja. “... o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniqüidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso e de boas obras” (Tt 2.14). Ele só quer que haja uma disposição interna que desemboque em ação plena: abrir a porta.

Precisamos sair dessa inércia espiritual e tomar uma iniciativa. Precisamos dizer não ao pecado, não à conduta errada, não à distorção à Palavra de Deus, não aos conchavos, não à desobediência. Precisamos simplesmente abrir a porta.

As figuras expressas nos verbos entrar e cear representam a comunhão com Cristo. Creio que o maior desejo do Senhor é ter comunhão com seu filho. Ele entra na casa e habita nos corações daqueles que obedecem a sua palavra (Jo14.23). Cear com alguém sugere uma relação especial de pura intimidade. Era assim a festa ágape, festa do amor (1 Co 5.11; 10.21). É um privilégio especial comer à mesa com o Senhor e esse sempre foi seu desejo (Mt 26.29).

Conclusão

Penso que não estamos na hora de fazer outra coisa senão estreitarmos os laços de relação com o Senhor. Isso só se consegue através da obediência, a obediência incondicional aos seus mandamentos. Abrir a porta para o Senhor pressupõe obedecer-lhe e obedecer-lhe.

Sola Scriptura