Senhor, ajude-nos a cairmos sempre prostrados aos seus pés em sinal de constrangimento, submissão e amor!



sexta-feira, 10 de julho de 2009

JOÃO CALVINO, UM PRESENTE DE DEUS PARA A HUMANIDADE

"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros
para evangelistas, e outros para pastores e doutores." Ef 4.11
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Hoje, comemora-se o quinto centenário de nascimento do reformador João Calvino. Ele nasceu no dia 10 de julho de 1509, na França, e morreu no dia 17 de maio de 1564 em Genebra, na Suiça. João Calvino foi, sem dúvida alguma, o maior expoente da Reforma Protestante no âmbito da sistematização de uma Teologia genuinamente bíblica. Calvino influenciou também a economia, a educação e a política do seu tempo. É de se perceber que o pensar teológico divide-se em antes e depois de Calvino; não foram muitos os teólogos que puderam marcar e sub-dividir a história através de uma sistematização lógica e coerente, além de muito fundamentada.
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A influência de Calvino na teologia foi tão profunda que, após sua morte, a teologia reformada cognominou-se calvinismo. O que Calvino pensou foi o que os apóstolos, os pais da igreja e tantos outros doutores (entre os tais: Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino) já haviam pensado sobre as doutrinas de Cristo.
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Desejo destacar apenas dois pontos do pensamento de Calvino, o que daria uma tese de doutorado (diga-se de passagem não é o objetivo neste post), tal a profundidade do pensar teológico desse autêntico doutor, dado pelo Senhor à igreja:
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(a) A depravação total da humanidade.
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Calvino defendia que o homem pecou em Adão e, consequentemente, não possui meios próprios de se aproximar do Salvador. Esse posicionamento vem de encontro ao defendido pela escola arminiana, que defende a participação do homem no processo de salvação; ou seja, o homem tem condições de decidir em aceitar ou não o Salvador.
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O que Calvino depreende dos escritos sagrados é que literalmente o homem morreu em seus delitos e pecados, não podendo, assim, tomar qualquer iniciativa em direção ao Senhor e Salvador. O pecado e a iniquidade que dilaceram o ser humano são mais que suficientes para lançá-lo ao inferno. O pecado original que está entranhado no homem, faz desse homem literalmente escravo do pecado. A depravação foi total, impossibilitando, sumariamente o homem de tomar qualquer iniciativa em direção a Cristo.
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A depravação humana é total da mesma forma que a morte é total. Ninguém pode está parcialmente morto. Assim, ninguém pote está parcialmente depravado. O pecado gerou uma depravação na humanidade de forma total que o incapacita de se decidir pelo Salvador.
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(b) A soberania de Deus.
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Calvino defendia a soberania de Deus absoluta. A autoridade de Deus é perfeita em sua administração. Nada, absolutamente, nada pega Deus de surpresa. Ele tem o controle da história em suas mãos e tudo é direcionado e determinado por Ele.
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Aqui está mais um ponto em que há divergência entre a escola da teologia reformada e a escola da teologia arminiana, que defende o processo de salvação com sendo produto da pré-ciência de Deus; ou seja, o Salvador conhece aquele que por sua livre vontade aceitaria o convite para salvação. Esse entendimento foi duramente contestado por Calvino, porque este depreendia da Palavra do Senhor que o pré-conhecimento de Deus está fundamentado no seu propósito e no seu plano; ou seja, é o Salvador quem, por livre vontade e autonomia absoluta, escolha, regenera e salva.
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Como pudemos observar, houve e ainda há um grande debate sobre os postulados dessas duas escolas teológicas. Por isso, quero destacar uma frase de Jacob Arminius, grande opositor da teologia de Calvino:
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"Calvino está um nível acima de qualquer comparação, no que diz respeito à interpretação da Escritura. Os seus comentários precisam ser muito mais valorizados do que quaisquer dos escritos que recebemos dos pais da igreja”!
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Quero deixar outro pronunciamento, agora de Richard Baxter, um grande puritano do século XVII:
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"“Não conheço outro homem, desde os dias dos apóstolos, que eu valorize e honre mais do que João Calvino. Eu me aproximo e tenho grande estima do seu juízo sobre todas as questões e sobre seus detalhes”.
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Acreditamos que enquanto houver pensadores, haverá divergências no campo do saber teológico, mas não se pode negar a enorme contribuição de João Calvino para a história da teologia reformada.
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Que o Senhor nos ajude a compreendermos mais e mais os seus caminhos!
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PS. Para quem deseja experimentar momentos de oração e compartilhamento na teologia reformada, filie-se a MAR - Missão Angrense Reformada.
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Sola Scriptura
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WJ