Senhor, ajude-nos a cairmos sempre prostrados aos seus pés em sinal de constrangimento, submissão e amor!



quarta-feira, 3 de setembro de 2008

GRAÇA COMUM E GRAÇA SALVADORA

É comum nos dias atuais, observar certa confusão entre os conceitos relacionados à graça. Graça, numa definição bíblica e teológica, é o favor imerecido de Deus. Essa definição, por si só, remonta a um outro tema abrangente e importantíssimo, a soberania de Deus. Se graça é favor imerecido, então o primeiro passo quem dá é Deus. Destarte, não se pode analisar o conceito e objeto da graça desatrelada ao conceito da soberania de Deus.
É sabido que o conceito e o estudo de graça são abrangentes, por conseguinte, far-se-á, aqui, uma abordagem da graça comum e da graça salvadora com suas respectivas implicações na história e na teologia.

Por graça comum entende-se o favor de Deus em relação à humanidade. Wayne Grudem diz que “os incrédulos continuam a viver neste mundo unicamente por causa da graça comum de Deus”, ou seja, é o puro beneplácito de Deus que permite a todos que respirem, pois o salário do pecado é a morte, não a vida (Rm 6.23). Jesus, consciente da graça comum, incentivou seus discípulos a amarem seus próprios inimigos e rogarem ao Pai celeste, porque Ele faz nascer o sol sobre os maus e os bons (Mt 5.44,45). Paulo em Listra prega sobre a igualdade e equivalência de Deus em relação às bênçãos comuns (At 14.14-17). Pode-se depreender destes textos que o homem pecou em Adão e foi destituído da glória de Deus (Rm 3.23), desta forma, não poderia, por direito e legalidade, receber de Deus nada menos que o inferno; no entanto, não é isso que se vê ao longo da história, muito pelo contrário, vê-se um mundo que recebe da parte de Deus tratamento igualitário no que tange às bênçãos da chuva, do sol, da plantação, da colheita e do ar que se respira. Há, portanto, uma graça de Deus em tudo isso. A essa graça, os teólogos chamam graça comum. Comum, porque não confere salvação, não vem amalgamada aos valores implícitos que remontam os eleitos em Cristo a um patamar mais elevado de comunhão e santificação.

A graça comum de Deus confere aos homens habilidades profissionais, intelectuais, morais e físicas. É comum ver homens sem relação íntima com Deus alcançando sucesso nessas áreas, assim como é comum encontrar pessoas amantes da ética e da moral sem que tenham um mínimo de respeito aos valores sadios da Bíblia Sagrada. São frutos da graça comum de Deus dispensada a todos os homens. Esse entendimento levará o eleito e salvo em Cristo a não viver no ciclo das lágrimas em que viveu Asafe (Sl 73). Asafe não conseguia compreender que a graça comum de Deus concedia um bem comum a todos e que cabia a ele, enquanto homem de Deus, entender o motivo pelo qual Deus o levara por aquele caminho. Com certeza, aquele caminho serviu para fazê-lo crescer e desenvolver um relacionamento mais sólido com Deus.

Por outro lado, percebe-se que há uma graça de Deus que desemboca em salvação da alma. O apóstolo Paulo escreveu que “é pela graça que sois salvos” (Ef 2.8). Isso quer dizer que o homem nada fez e nada faz nesse processo de salvação. Ele é paciente, o agente é Deus em sua graça. Pode-se concluir que salvação é graça de Deus derramada na vida dos eleitos em Cristo (Ef 1.4). Nitidamente, não se trata de uma graça dispensada a todos os homens, mas a um grupo especial, e especial em Cristo. Paulo, em vários textos, refere-se à igreja como eleita. Perceba que a igreja não elege, mas é eleita, ou seja, mais uma vez depara-se com o favor imerecido de Deus – com a graça. Mas, uma graça que não se iguala à comum, pois não é outorgada a todos os homens. A essa graça, os teólogos chamam graça salvadora.

A graça salvadora é aquela que vem sobre o homem, “morto em seus delitos e pecados” (Ef 2.1), incapaz de ter qualquer reação em relação a tudo que diz respeito a Deus para “vivificá-lo juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2.5). É a graça que confere salvação (At 15.11; Rm 3.24; 5.15; 11.6; Tt 2.11).

A graça salvadora confere ao homem habilidades em todos os campos e esferas da vida, capacita-o a fazer boas obras e o leva a um compromisso mais sério com Deus e o sagrado. Muito embora, alguns, hoje em dia, têm tentado baratear a graça salvadora de Deus, oferecendo salvação como se fosse mercadoria estendida em um balcão, o que se percebe de bíblico e teológico nesse conceito é que a graça salvadora de Deus é oferecida para a justificação e vem atrelada a uma mudança de iniciativa e postura.

Depreende-se de tudo o que foi discutido que fazer o bem e se envolver com boas obras e ideologias por si só, são produtos da graça comum de Deus, mas quando se faz o bem e se envolve com boas obras e ideologias com um sentimento interno de engrandecer em tudo isso o nome de Jesus, são produtos da graça salvadora. A graça salvadora suplanta a graça comum porque esta desemboca em salvação.


William de Jesus é pastor auxiliar na Assembléia de Deus - Ministério Sul Fluminense - em Angra dos Reis - RJ e Diretor do Instituto Bíblico das Assembléias de Deus em Angra dos Reis.

Um comentário:

Anônimo disse...

Louvado seja DEUS por poder contar com homens de DEUS,que em meio a tantas apostasias;glorificam ao SENHOR através da palavra revelada.Que DEUS continue abençoando você e toda sua família amado.A paz do SENHOR. ass.Miss.Elson e-mail:elsonlp@yahoo.com.br