Senhor, ajude-nos a cairmos sempre prostrados aos seus pés em sinal de constrangimento, submissão e amor!



sábado, 6 de junho de 2009

NÃO SOU CANTOR, SOU LEVITA

"E habitaram os sacerdotes, e os levitas, e alguns do povo, tanto os cantores como os porteiros e os netineus nas suas cidades, como também todo o Israel nas suas cidades." Esd 2.70
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Recentemente, estive ministrando a Palavra do Senhor em uma festividade de jovens e fiquei pensativo diante de uma afirmação feita por uma irmã (convidada para cantar no evento). Assim como a maioria dos cantores modernos, ela disse:
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"Primeiro que não sou cantora, sou levita. E isso tem uma diferença enorme."
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Incrível é que à semelhança dessa irmã, muitos cantores, hoje, estão se autoentitulando levitas. Pensam que fazem parte de um ministério mais abrangente, santo ou similar. No entanto, o que a Bíblia fala sobre os levitas?
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(a) Primeiro, os levitas, ou filhos de Levi, eram antes uma tribo secular, mas que se tornou a tribo sacerdotal, pois deles procederam os sacerdotes (descendentes de Arão) e os levitas (os demais membros da tribo).
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(b) Os levitas eram os descendentes de Levi, filho de Jacó, e pai de Gérson, Coate e Merari, de onde vem os gersonitas, coatitas e meraritas. No capítulo 4 do livro dos Números, temos o ministério dos levitas:
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1) Ministério dos filhos de Coate (Nm 4.5-20). Cuidar dos utensílios do Tabernáculo.
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2) Ministério dos filhos de Gérson (Nm 4.21-28). Levar as cortinas, a tenda, a coberta do Tabernáculo.
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3) Ministério dos filhos de Merari (Nm 4.29-33). Levar as tábuas, os varais, as colunas, as bases do Tabernáculo.
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Como se depreende do texto supra, o ofício dos levitas era o serviço do altar. Trabalhar em prol do Tabernáculo. Tudo que diz respeito ao Tabernáculo era ofício dos levitas, inclusive as ministrações, pois os sacerdotes eram oriundos dos levitas.
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Entendo que todos aqueles que se predispõem em servir ao Senhor de coração, tornam-se um de seus levitas. Confesso que não entendi ainda de onde tiraram que os levitas formam, hoje, um ministério somente voltados àqueles que cantam. Quando meditamos nos Salmos, podemos perceber que o salmista convoca todo o povo de Israel a adorar ao Senhor.
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Além do mais, louvar ao Senhor é algo que ultrapassa a idéia de cantar. Há muitos que cantam, mas não louvam ao Senhor. Louvar ao Senhor está intimamante ligado à prestação de culto, e prestar culto é algo que vai muito além de cantar. O culto é prestado nas minhas ações, no meu silêncio em reverência, nas minhas ofertas, enfim. Desta forma, todos somos levitas. À semelhança dos levitas no antigo Testamento, todos nós temos uma responsabilidade diante do Senhor e com sua obra. Todos temos um ministério.
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Confesso que não concebo a idéia de uma grande diferença entre cantar e ser levita. Confesso também que é de uma prepotência muito grande alguém desejar autoentitular levita na consciência de que, com essa titulação, consegue um ministério maior.
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Entendo que ser levita é servir ao Senhor. É fazer parte da tribo escolhida para o ofício do Tabernáculo e para o ofício sacerdotal.
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Sola Scriptura.
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WJ

terça-feira, 2 de junho de 2009

Existe algo de estranho no reino da "Dinamarca"

"Há os que adquirem conhecimento pelo valor do conhecimento - isso é vaidade de baixo nível. Há os que desejam tê-lo para edificar outros - isso é amor. E há outros que o desejam para que eles mesmos sejam edificados - isso é sabedoria."
Barnardo de Claraval
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Confesso que minha mente não concebe a idéia de uma aliança entre o sagrado e o profano. Ainda que as circunstâncias lutem implacavelmente para me fazer aceitar tal pressuposto, não consigo vislumbrar, à luz da Santa Palavra de Deus e da tradição histórica da santa igreja do Senhor, um fim saudável e vitorioso para os que aderem tal aliança.
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Ontem foi uma noite especial no Instituto de Teologia! Discutíamos, em Teologia Contemporânea, os pensamentos de Karl Barth sobre "A Comunidade", no seu livro "Introdução à Teologia Evangélica" (Editora Sinodal). Após um debate sadio que desembocou num ambiente profícuo e salutar, tomei a palavra e disse à classe: "Meus irmãos, entendemos que se a Palavra entrar em nossos corações, ela nos obriga a transmitir uma palavra à sociedade. A Palavra de Deus, uma vez dentro de nossa mente, impele-nos à realizações comportamentais".
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Não duvido dessa verdade barthiana, até porque é genuinamente bíblica. Sabemos que há muitos pontos na teologia de Karl Barth que devemos nos aprofundar e, até certo ponto, deixar de lado no que tange à adoção de uma linha a ser seguida, mas especificamente aqui, quando ele pensa a relação entre a Palavra e a Comunidade, percebo uma ortodoxia desembocando na ortopraxia, ou seja, a prática do amor.
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E toda essa ação noturna, numa sala de aula de uma academia teológica, levou-me a algumas indagações:
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Por que muitos homens de Deus, ou ditos homens de Deus, que tiveram um envolvimento com o sagrado no início de seus ministérios, conseguem se sentar à mesa dos ímpios e fazer negociatas?
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Por que lidam com a Igreja (a "Comunidade" Barthiana) como se fosse uma empresa da família?
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Por que muitos não conseguem entender que a cultura, os tempos e tantos outros aspectos da vida mudaram, mas as verdades fundamentais do Evangelho não mudará jamais?
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Por que essas atitudes me levam a crer cada dia mais que muitos não aceitam mais os pressupostos teológicos da escatologia, principalmente a vinda do Senhor e a vida eterna?
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Não adianta adquirir sabedoria, se esta não for usada para a edificação do corpo. A sabedoria que foge a essa essência, não é a sabedoria que vem do alto. Faz-se necessário entendermos que as verdades teológicas que sustentam historicamente a Igreja são imutáveis e é por elas que devemos lutar, custe o que custar.
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De um subversivo, mas crente em Jesus e no seu Evangelho.
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Sola Scriptura.
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WJ