Senhor, ajude-nos a cairmos sempre prostrados aos seus pés em sinal de constrangimento, submissão e amor!



quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

CPAD X BÍBLIA DAKE: O QUE É ISSO?

Nunca me esqueço de que nos idos de 1984 um pastor, muito amigo meu, disse-me que foi aconselhado pelo Pr. Gesiel Gomes a estudar inglês e adquirir um exemplar da Bíblia Dake. Segundo o Pr. Gesiel Gomes, essa Bíblia de Dake era a ferramenta mais utilizada pelos pregadores e ensinadores no meio evangélico; uma ferramenta quase que singular, na ocasião.
.
Nunca me esqueço de um sermão do Pr. Ricardo Gondim, no IBAD, em Pindamonhangaba, SP. Quase encerrando seu sermão, ele disse, em alto e bom tom: "... nós precisamos dos batistas para nos ensinar história da igreja, dos presbiterianos para nos ensinar teologia pastoral, dos metodistas para nos ensinar teologia sistemática; sim, pois são os livros destes autores e destas editoras que estão sendo usados em nossos seminários. Isso se dá, porque nossa literatura é uma mesclagem de mediocridade com mau gosto...". Confesso que fiquei boqueaberto com seu sermão, enquanto os alunos do IBAD aplaudiam-no de pé, mas consegui enchergar e captar sua mensagem nos anos entre 1992 e 1995 - período em que passei nas cadeiras do IBAD.
.
O que esses dois episódios tem em relação ao lançamento, pela CPAD, da Bíblia de DAKE? Digo que algumas, e que devem ser enumeradas e defendidas:
.
a) Penso que chegou a hora da nossa querida CPAD lançar obras, cujos autores não sejam adeptos de uma corrente teológica defendida pela nossa Casa. É óbvio que sendo a CPAD uma editora confessional, cabe sempre uma nota explicatória, e temos homens capazes de fazê-la; o que não se pode aceitar é que por conta de se seguir uma linha teológica, coloque-se uma mordaça numa editora do tamanho e dimensão de nossa CPAD. Alia-se a esse pressuposto o fato de nossa querida Assembleia de Deus ser uma instituição formada por homens que passaram por seminários, leram bons livros e hoje possuem condições de dialogar e pensar teologia e doutrina sem a ideia de que possui a única verdade espiritual dada por Deus numa caixa embrulhada como presente de natal.
.
b) Penso que chegou a hora de continuar com o zelo pela doutrina e por uma teologia ortodoxa, mas não se deve, em nome desse zelo, pensar infantilmente que nossos membros, ávidos pelo saber, não estejam lendo sobre tudo. Acabo de ler um artigo no blog do querido Pr. Esdras Bentho - por quem tenho um enorme carinho e respeito por sua capacidade intelectual - sobre Bultmann. Diga-se de passagem, uma excelente abordagem, mas o fato é que isso mostra que o Pr. Bentho, funcionário de nossa CPAD, é leitor da teologia Bultmanniana.
.
Fiz seminário no IBAD e não li muitos livros da nossa Casa Publicadora, exatamente por que não respondiam às minhas dúvidas. Não se pode privar uma grande editora como a CPAD de publicar boas obras, muito menos os membros de nossa Assembleia de Deus de lerem boas obras, e obras revolucionárias, tais como "O Novo Testamento Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo" de Champlin e a "Bíblia de Dake".
.
c) Penso que nossa CPAD, ao lançar a Bíblia Dake, dá um grande passo e se coloca na vanguarda, enquanto uma editora séria e comprometida com o aprendizado e embasamento doutrinário e teológico de todos aqueles que se colocam como seus leitores (que não são somente assembleianos). É chegado o momento em que os livros de nossa Casa Publicadora estarão nas mesas dos nossos seminários. Oro ao Senhor para que tenhamos livros genuinamente teológicos escritos por teólogos brasileiros e editados pela CPAD nas prateleiras e mesas de nossos pastores e seminaristas. É salutar que alguns se levantem em defesa de uma CPAD fechada, voltada somente para uma parte do povo assembleiano, uma parte por que nem todos os assembleianos são arminianos e pré tribulacionistas. É salutar que haja uma preocupação com os "indefesos", mas para esses, minha palavras é que um povo copm conhecimento não é levado por ondas de doutrinas falsas.
.
d) E, em último lugar, penso que a CPAD se quiser, e creio que queira, continuar sendo uma editora confessional, isso não a impossibilita de lançar obras que não pertençam à sua linha teológica, basta apenas que faça um adeno no início da obra, e exclua aquelas partes que firam os princípios e baluartes de nossa fé pentecostal.
.
Confesso que quero muito presenciar o dia em que o próprio Pr. Ricardo Gondim, ou outro que seja, pregue uma mensagem dizendo que aprendemos teologia sistemática, história da igreja, homilética, etc, com os escritores teólogos assembleianos.
.
Sola Scriptura

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

COM VERGONHA DO EVANGELHO

Nesse final de semana reli o livro "Com Vergonha do Evangelho" - John MacArthur Jr., Editora Fiel, 2004. Li novamente esse livro, primeiramente por que sou amante da boa literatura, e depois, por que é um livro atualíssimo. O autor aborda e critica com veemência os postulados da chamada "igrejas amigáveis".
.
Quero deixar aqui um fragmento muito interesante:
.
"Portanto, as novas regras são: seja esperto, informal, positivo, suscinto e amigável. Jamais afrouxe a gravata. Não deixe o auditório ver o seu suor. E jamais, jamais, use a palavra 'inferno'.
.
(...)
.
"Mas, de fato, a verdade das Escrituras está sendo comprometida, ao ser descentralizada e quando, para forjar uma amizade com o mundo, verdades duras são evitadas, diversões insípidas tornam o lugar da sã doutrina e uma verdadeira ginástica semântica é utilizada a fim de evitar a menção das verdades severas das Escrituras Sagradas.
.
(...)
.
"... A igreja certamente não manifesta uma superabundância de pregadores sinceros e objetivos; de fato, ela parece repleta de ministros que adulam os homens."
.
Sola Scriptura

sábado, 31 de outubro de 2009

Reforma Protestante, 492 anos depois

"É preciso exortar os fiéis a entrarem no céu por meio de muitas tribulações, em vez de descansarem na segurança de uma falsa paz"
Martin Lutero - 95ª tese.
.
No dia 31 de outubro de 1517, por não aceitar os pressupostos doutrinários e teológicos (principalmente na questão soteriológica) aliado à "neo-ortopraxia" em que a Igreja estava mergulhada, o Frei Martin Lutero fixa às portas da Igreja Católica do Castelo de Wittenberg, na alemanha, suas 95 teses. O impacto desse ato foi tão grande que se tornou um divisor de águas na história.
.
Claro que a Refora foi, de um certo modo, preparada. Ela não acontece "da noite para o dia". Havia um pano de fundo histórico que assegurava esse desfecho. No entanto, coube a Lutero romper com os interesses teológicos e, principalmente, econômicos da Igreja Católica.
.
Hoje, comemoramos o 492º aniversário da Reforma Protestante. O que está acontecendo com o ideal de Igreja defendido pelos reformadores?
.
Minha querida Assembleia de Deus, em nível nacional, está mergulhada em uma crise política. Na ânsia de conquistar o poder (presidência da CGADB e, consequentemente, gerir a CPAD) nossos líderes se engalfinham de modo sórdido. Não se preocupam com as almas ao fundarem igrejas, mas, sim, em diminuir o espaço do "adversário". Então, um líder, sob a tutela da presidência, abre uma igreja no território eclesiástico do líder derrotado na eleição. E o faz, porque esse líder derrotado, vai à Rede de televisão aberta e faz acusações seríssimas à Direção da CGADB. Em conta-partida, o líder derrotado e que se sentiu afrontado por "perder" parte do território eclesiástico, aceita a presidência de uma Assembleia de Deus na cidade de São José dos Campos, SP, ou seja, entra no território eclesiástico do presidente da CGADB.
.
Enquanto isso, oramos pedindo ao Senhor que nos envie homens com o espírito de Lutero, para pregar contra essas heteropraxias. Não adianta dizer que há paz, porque, caso haja, ela é falsa. É preciso apontar o erro, colocar o dedo na ferida, extirpar o "carnegão", mesmo que, com estas atitudes, enfrentemos tribulações e perseguições por parte dos supostos líderes e homens de Deus.
.
Em minha cidade, Angra dos Reis, a voz de Lutero também precisa ecoar. Ainda se discute costumes como se fossem doutrinas; ainda se tenta vender a salvação como a igreja fazia antes da Reforma (através da venda de indulgências); ainda acobertam pecados; ainda perseguem os que lutam por um evangelho que não se submete ao poder temporal. Há aqueles que lucram em nome do evangelho, que tomam partido e afirmam que a igreja comrpou essa ideia. Ainda há os que não visitam as ovelhas, aqueles que não pastoreiam, apenas dirigem igrejas. São os empresários religiosos.
.
Meu Deus, precisamos de Luteros para esse século! Precisamos de homens que sejam destemidos, que tenham coragem e não tenham de que se envergonhar. Precisamos de homens que atuem com ousadia, sem desrespeito, mas com destreza e dureza.
.
Não precisamos de novas igrejas, precisamos de uma Reforma dentro das igrejas que já existem.
.
Hoje é dia de reflexões profundas. Muitos, mas muitos homens de Deus morreram defendendo um evangelho santo, separado; um culto aberto e livre; uma total separação do estado; uma completa ojeriza ao profano; um ódio ao pecado. Em luta pelo evangelho de Cristo, em memória aos mártires da Reforma, lutemos contra tuto e todos que queiram voltar ao casamento com o pecado, o profano, o mórbido. Sejamos esse homem!
.
"Considerando que vossa soberana majestade e vossos honoráveis demandais desejam uma resposta plena, isto digo e professo tão resolutamente quanto posso, sem dúvidas e nem sofisticações, que se não me convencerdes através do testemunho das Escrituras (pois não dou crédito nem ao papa e nem aos seus concílios gerais, que têm errado muitas vezes, e que têm sido contraditórios contra si mesmos), a minha consciência está tão ligada e cativa destas Escrituras que são a Palavra de Deus, que não me retrato nem posso me retratar de absolutamente nada, considerando que não é piedoso nem legítimo fazer qualquer coisa que seja contrária à minha consciência. Aqui estou e nisto descanso: nada mais tenho a dizer. Que Deus tenha misericórdia de mim!”. (Martinho Lutero)
.
Sola Scriptura.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Algumas indagações sobre a Expo Cristã em Angra

Como é de conhecimento dos angrenses, em dezembro próximo acotecerá a Expo Cristã. Estava ouvindo, como de hábito, a rádio Sara Brasil, quando fui impactado por um comercial afirmando que entre os dias 02 e 06 de dezembro acontecerá "o maior evento gospel do Brasil".
.
Em outra oportunidade, já me pronunciei sobre o que penso a respeito desse evento. No entanto, farei outro pronunciamento. Penso que a comunidade angrense merece um evento de tamanha proporção, mas não às custas do evangelho sóbrio, bíblico e cristão. Daí, sinto-me impactado por algumas indagações que não me permitem calar:
.
Por que algumas lideranças evangélicas lutam para se ter uma Expo, quando o próprio poder público já se manifestou contrário à Prefeitura financiá-la?
.
Por que, já que a Prefeitura se rendeu e vai realizar a Expo esse ano, essas lideranças não permitem que o próprio poder público, seja através de alguma Secretaria ou órgão competente, seja o gestor do dinheiro, cabendo aos líderes evangélicos a confecção da programação? Sim, por que pesa sobre essas lideranças algumas indagações sem respostas, cito apenas uma: Por que se criar da noite para o dia a Instituição Oasis - que, na prática, não prestou nem presta nenhuma atividade voltada para aquilo que foi instituída - só para que a Prefeitura pudesse injetar uma quantia exorbitante?
.
Por que levar "o evangelho" a se submeter ao poder temporal de forma tão infame, como ao que aconteceu na última edição da Expo, quando todos os participantes eram "obrigados" a ler um papel citando determinado nome? O evangelho não pode se submeter a atitudes dessas. A Expo não pode ser realizada às custas da autonomia evangélica.
.
Por que não compete ao Conselho de Pastores, e sim a uma comissão (com intervenção do poder público para sua confecção), uma atuação mais presente nos detalhamentos desse evento?
.
Por que quem deseja montar um stand precisa falar com o Pastor A ou o Pastor B, dando a entender que há cotas e que os valores recebidos por tais Pastores sobre os aluguéis dos stands não passam por uma fiscalização?
.
Por que a Expo Cristã é tão importante ao ponto de levar algumas lideranças a "mendigar" à porta da Prefeitura?
.
Há algo muito estranho, pois foge aos anseios da massa evangélica que só deseja adorar e servir ao Senhor Jesus Cristo com fidelidade. Confesso que acredito piamente num povo que deseja a importância do evangelho de Cristo ao joelho dobrado diante do poder temporal para se obter uma expo que só nos trouxe agravos e nos apequenou diante da sociedade.
.
Por quê? Por quê?
.
Sola Scriptura

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Missionária RUTH DORRIS LEMOS está com o Senhor

Aprouve ao Senhor, às 12:30 hs de hoje chamar a nossa querida Missionária Ruth Dorris Lemos, carinhosamente chamada por todos nós de irmã Dorris.
.
Confesso que irmã Dorris foi um referencial para mim, como, creio, fora para todos que a conheceram. Uma mulher que falava com os olhos; meiga, mas firme em seus posicionamentos. Uma das grandes brasileiras, pois, fiel ao chamado, escolheu o Brasil para ser seu chão e os brasileiros para serem seus discípulos.
.
Estamos tristes com sua partida, mas ao mesmo tempo convictos de que o Senhor a chamou para lhe oferecer momentos melhores e mais deliciosos ao seu lado.
.
Esperamos e cremos que o Senhor conforte os nossos corações e principalmente de seus familiares, dentre os tais, cito seus filhos genros e nora: Pr. Marck Lemos, Rebeah, Raquel, Pr. Samuel Câmara, Pr. Cláudio Rogério e Mis. Elba Lemos.
.
William de Jesus, Pr.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

"Eu vos nomeei..."

No momento em que Jesus se dirige à igreja, ali representada pelos discípulos, e afirma que foi ele quem a nomeou para a realização de sua obra, caem por terra alguns questionamentos que insitem em aparecer como baluartes de uma doutrina supostamente bíblica.
.
É interessante atentar para a voz verbal nesse texto. O texto está na voz ativa, ou seja, o sujeito da ação (Jesus) é quem a pratica; desta forma, a ação verbal recai sobre o objeto (Discípulos). Destarte, os discípulos não nomeiam, muito pelo contrário, são nomeados; sofrem a ação. O agente é, como sempre foi e continuará sendo, Jesus.
.
Quantos estão se auto-nomeando; quantos estão se auto-promovendo no meio evangélico; entrando e se portando como ovelhas (muitas vezes, até, como pastores), quando na verdade, são mesmos lobos devoradores. São pessoas que não se interessam pelo real cumprimento na ordem de Jesus; não se revestem da responsabilidade inculcada no objeto passivo, outorgado pelo sujeito agente.
.
O momento é de muita reflexão, pois não se percebe só a nomeação dos discípulos, mas quem os nomeou - o Senhor Jesus. Quem os nomeia é o próprio Cristo! Não se pode entender o evangelho do Cristo se primeiro não lutar para entender o que é ser realmente submisso incondicionalmente a Jesus.
.
Muitas vezes me pego pensando na realidade mórbida que permeia nossa atmosfera religiosa cristã. Muitos se nomeando e nomeando outros; e no afã das "nomeanças" o real objetivo pelo qual Jesus nomeouos discípulos esvazia-se.
.
Pense nisso!!
.
Sola Scriptura.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

IBADAR TEM TURMA DE BACHARELADO EM TEOLOGIA

O Instituto Bíblico das Assembleias de Deus em Angra dos Reis - IBADAR - situado na Rua Dr. Moacyr de Paula Lobo, 179, Centro, Angra dos Reis, RJ; firma parcerias importantíssimas no que diz respeito ao enriquecimento dos seus alunos. Para o próximo ano está certo a implantação da turma de bacharelado com aulas regulares, com possibilidades de convalidação de diploma por uma Universidade, sobre a qual depois falaremos.
.
Você que tem uma chamada para o ministério, o IBADAR é o lugar para o seu preparo. Com amplas salas de aulas, uma modesta biblioteca e professores integrados ao exercício do ministério acadêmico, o IBADAR desponta como uma Instituição de Ensino Teológico séria e compromissada com o aprendizado de seus alunos.
.
Venha nos fazer uma visita.
.
Sola Scriptura

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A 2ª ESCOLA BÍBLICA FOI UMA BÊNÇÃO - PARTE II


Foram cinco noites memoráveis. Na terceira noite, dia 12 de agosto, a preleção ficou sob a responsabilidade do Pr. Ezequias Amâncio Marins - titular da IBACEN (Igreja Batista Central na Japuíba em Angra dos Reis). Na ocasião, foi aboradado o tema: "O avivamento e a obra missionária". O Pr. Ezequias dissecou o tema sob a passagem bíblica do profeta Jonas. Foi, na verdade, um amálgama de sabedoria com graça. Os que estiveram presentes foram brindados com uma palestra proferida por alguém que se preparou tão bem que parecia que o Pr. Ezequias havia estado com Jonas, tamanha foi a profundidade com a qual ministrou.
.
Afirmou que o avivamento traz consequências singulares, dentre elas, o amor incondicional pela obra missionária. "Viajou" pelos avivamentos ao longo da história e seus envolvimentos com a obra missionária. Destacou dois grandes avivamentos que desembocaram em paixão por missões: entre os morávios e os zulus.
.
Foi, sem dúvida alguma, um dos pontos altos de nossa 2ª Escola Bíblica.
.
Na quarta noite, dia 13 de agosto, a palestra ficou sob a responsabilidade do Pr. Eliezer de Lira e Silva. Com uma graça que lhe é peculiar e um modo sistemático, o Pr. Eliezer dissecou o tema: "O avivamento e o revestimento de poder". Sua proposta foi transmitir aos presentes que o revstimento de poder perpassa pelas emoções, mas não para nelas. As emoções pertencem ao homem, o revestimento de poder pertence a Deus; logo, o homem pode e deve prestar ao Senhor um culto racional (Rm 12). Aproveitou o momento e o tema para precisar que o revestimento de poder e o avivamento não necessariamente são caracterizados pelos "pula-pula" que se veem nas igrejas hoje em dia.
.
Ao término, levou os presentes a uma reflexão profunda e uma oração. Foi um momento mágico... uma entrega total.
.
Na quinta noite, dia 14 de agosto, última noite de nossa 2ª Escola Bíblica, a palestra ficou na responsabilidade do Pr. Geremias do Couto. Na oportunidade o Pr. Geremias dissecou o tema: "As características do verdadeiro avivamento". Sua palestra permeou sob o prisma da atualidade. Foi uma palestra informal somada a uma graça peculiar. Levou os presentes a refletirem sobre o que vem acontecendo nos dias atuais sob o rótulo de avivamento. Muitos entenderam que o avivamento bíblico e genuíno produz características tais que nos levam a entender e aceitar o que acontece hoje pode ser movimentos, mas jamais avivamento.
.
Foi uma palestra muito boa. Todos saíram com gosto de "quero mais".
.
Louvamos ao Senhor pela oportunidade que nos concedeu de estarmos cincou noites - entre os dias 10 e 14 de agosto - sentados a sua mesa a fim de saborearmos os quitutes espirituais do avivamento. O Senhor reservou para nós momentos inesquecíveis. Cinco palestras, cinco homens de Deus que usados pelo Senhor fizeram com que aprendêssemos muito acerca daquilo que o Senhor quer que aprendamos sobre o verdadeiro avivamento. O avivamento que produz algo em nós e que provem do Senhor.
.
Sola Scriptura.

IMAGENS DA 2ª ESCOLA BÍBLICA DO MINISTÉRIO SUL FLUMINENSE - PARTE II
















IMAGENS DA 2ª ESCOLA BÍBLICA DO MINISTÉRIO SUL FLUMINENSE - PARTE I
















segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A 2ª ESCOLA BÍBLICA FOI UMA BÊNÇÃO


Estivemos entre os dias 10 e 14 de agosto do corrente ano, no templo central da Assembleia de Deus Ministério Sul Fluminense, em Angra dos Reis - RJ, reunidos para a 2ª Escola Bíblica. Esse ano foi desenvolvido o tema: "É HORA DE AVIVAMENTO". Não há palavras para descrever o que aconteceu nas cinco noites do evento. O templo lotado de pessoas ansiosas para ouvir, atentamente, as palestras, diga-se de passagem, uma mais profunda que a outra. Além de receberem a ministração dos belos louvores que ficaram sob a responsabilidade dos Ministérios de Louvor da Assembleia de Deus Sede e da Assembleia de Deus Nova Angra 1, pastoreada pelo meu amigo, Pr. Eli Viléla dos Santos.
.
Na primeira noite, 10 de agosto, o palestrante foi o Pr. Temóteo Ramos de Oliveira, presidente da CONFRADERJ (Convenção Fraternal das Assembleias de Deus no Estado do Rio de Janeiro) e presidente da Assembleia de Deus em Petrópolis e Rio de Janeiro. O tema abordado foi "A urgência do avivamento na igreja". O Pr. Temóteo Ramos de Oliveira ministrou uma palestra arraigada na biblicidade e na vasta experiência de quem tem mais de cinquenta anos de ministério.
.
A Igreja se deleitou na primeira noite!!
.
Na segunda noite, dia 11 de agosto, o palestrante foi o Pr. William de Jesus (Coordenador do Evento). Sua palestra abordou a temática: "O que é e o que não é avivamento". Foram momentos mágicos para os presentes. Foi frisado que avivamento não é uma ação da igreja, pois esta não é agente de avivamento, e sim, alvo. O Pr. William de Jesus abordou também, e com muita eficiência e clareza, sobre aquilo que ele chamou de "massa flutuante", ou seja, os que andam de igreja em igreja em busca do que entendem ser avivamento. Nesse ponto, fez severas críticas à Teologia da Prosperidade.
.
A segunda noite foi marcada por uma palestra em que houve a associação do saber sistemático e inteligível com um derramar inconfundível do poder sobrenatural do Espírito Santo.
.
Sola Scriptura
.
PS. Estarei postando algumas fotos e mais tarde postarei sobre as três noites restantes.


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

AS PRUDENTES TAMBÉM DORMIRAM

Conforme programação, estamos em plena Escola Bíblica aqui em Angra dos Reis, RJ. Na segunda-feira, Pr. Temóteo Ramos de Oliveira, palestrante, citou a frase que dá título a essa pequeno artigo. As prudentes também dormiram.
.
Que coisa! Eram dez virgens, cinco loucas e cinco prudentes (Mt 25 1-13). Todas virgens, em tese, preparadas para o encontro com o noivo. O grupo das loucas receberam esse nome, porque não tinham azeite de reserva; logo, quando alguém gritou: "Ai vem o noivo!" elas, despertando, perceberam que não tinham azeite em suas lamparinas.
.
Muitos pregam sobre esse texto e se prendem no fato das loucas não terem azeite, mas quero compartilhar um pensamento sobre o fato de todas terem dormido. Todas, inclusive as prudentes. O fato das prudentes terem dormido, leva-nos a uma profunda reflexão, pois se elas não tivessem dormido, com certeza, elas teriam a possibilidade de avisar às loucas que suas lamparinas estavam sem azeite.
.
As virgens prudentes representam o grupo daqueles que estão preparados para a vinda do noivo. Possuem azeite de sobra para os imprevistos; no entanto, é preciso não dormir, não tosquenejar. Estamos vivendo os últimos momentos; a última hora (1 Jo 2.18) da Igreja na terra e não se pode perder um segundo sequer. Ao dormir, a igreja perde almas para o reino das trevas; ao dormir, a igreja perde muitos para o marasmo espiritual. Enquanto as trevas trabalham para desanimar e fazer com que muitos durmam, a igreja - o grupo das virgens prudentes - deve se despertar do sono para animar e acordar aqueles que estão tosquenejando.
.
Não tenho dúvidas de que o adversário nesses últimos dias está militando com nossas armas tentando nos ludibriar. Como virgens prudentes que não dormem, revitalizemos no Espírito do Senhor nossas energias espirituais e labutemos nesse trabalho de ganhar almas para o Reino de Cristo e despertar os que estão nas igrejas dormindo.
.
Que o Senhor nos abençoe!
.
Sola Scriptura

sábado, 8 de agosto de 2009

ATÔNITO!!!!

Lembro-me perfeitamente, no início dos anos 1980, quando o Pr. Morris Cerullo esteve no Brasil ministrando uma série de mensagens. Confesso que fui muito impactado por suas mensagens; trata-se de um "grande" pregador.
.
No entanto, hoje assistindo a um programa televisivo, no qual ele foi o pregador, fiquei boqueaberto com o que ouvi. Não me refiro à mensagem propriamente dita, pois seguiu um perfeito esboço no texto lido, Dt 28. Seguindo sua linha de pensamento, ele foi fiel ao texto. Mas, confesso que não passou pela minha cabeça que toda aquela mensagem, encharcada de jargões do tipo: "O Senhor me falou"; "Homem de Deus"; "profetizo", e similares; culminasse no pedido de uma oferta voluntária de R$ 900,00 (novecentos reais).
.
Bom, se é voluntária, os que desejarem doar que doem, mas não consigo entender como pode um ser envolvido na Palavra do Senhor, obtendo um conhecimento bíblico privilegiado seja capaz de fazer esse tipo de associação entre a bênção da prosperidade do Senhor com a doação de um valor específico.
.
Acredito na necessidade de se obter recursos para a realização de qualquer tipo de trabalho, mas minha modesta acepção bíblica e teológica aliada à minha história empírica com Cristo me impedem de aceitar tal posicionamento.
.
Que o Senhor nos proteja.
.
Sola Scriptura

sexta-feira, 17 de julho de 2009

ESTÁ COM O SENHOR O PR. DELFINO BRUNELLI

Conforme noticiou o Pr. Carlos Roberto Silva (pointrhema.blogspot.com), partiu para a eternidade, na madrugada do dia 06 de julho, o Pr. Delfino Brunelli (Assembléia de Deus - Casa Verde - SP).
.
Escrevo agora, por duas razões: Primeira, pelo fato de conhecê-lo, senti muito e me fechei em meus pensamentos e leituras dos blogs que noticiaram. Segunda, quero fazer uma homagem a esse homem que fez parte da segunda geração dos assembleianos.
.
Quando era aluno no IBAD, por duas vezes (1992 e 1993), estive na Assembléia de Deus da Casa Verde. A primeira vez fui pelo fato de o saudoso Pr. Delfino Brunelli solicitar ao Pr. João Kolenda um pregador; já na segunda vez fui porque o Pr. Delfino solicitou ao Pr. Kolenda a minha presença, o que muito me orgulhou.
.
Foram momentos mágicos para minha vida e ministério. Eu estava diante do Pr. Delfino Brunelli!! Um dos poucos assembleianos que marcaram seus nomes na linda história de nossa querida Assembleia de Deus. Nunca me esqueci de quando fomos almoçar em um restaurante após a Escola Dominical. O garçon perguntou o que beberíamos e ele disse: - uma coca cola. Eu disse que queria um suco de laranja. Então o Pr. Brunelli disse ao garçon: - Traga uma coca pra ele também. Eu disse: - Pastor, eu não tomo coca. O Pr. Brunelli disse ao garçon para que trouxesse uma coca pra mim. Quando o garçon saiu, o Pr. Delfino Brunelli me disse:
.
- Meu jovem, ao ser convidado para almoçar com um pastor, nunca peça algo que custe mais caro do que o que te convidou pediu. O suco de laranja é mais caro do que a coca-cola.
.
Todos que conheceram o Pr. Delfino Brunelli sabem perfeitamente que ele sempre falou o que bem queria e o modo como ele falava. Fiquei perplexo com essa frase dele pra mim, mas depois entendi perfeitamente o que ele quis dizer e aceitei de coração. Foi um lindo aprendizado.
.
Nesse mesmo almoço, após ele me contar várias histórias da Assembleia de Deus em Santos e Curitiba, ele me falou do dia em que ele se converteu. O diácono perguntou o que ele queria ser, ele olhou pro diácono e apontou para o púlpito dizendo: - Quero ser o que ele é.
.
Que o Senhor conforte os familiares. Um dia reencontraremos o Pr. Delfino Brunelli.
.
Sola Scriptura.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

JOÃO CALVINO, UM PRESENTE DE DEUS PARA A HUMANIDADE

"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros
para evangelistas, e outros para pastores e doutores." Ef 4.11
.
Hoje, comemora-se o quinto centenário de nascimento do reformador João Calvino. Ele nasceu no dia 10 de julho de 1509, na França, e morreu no dia 17 de maio de 1564 em Genebra, na Suiça. João Calvino foi, sem dúvida alguma, o maior expoente da Reforma Protestante no âmbito da sistematização de uma Teologia genuinamente bíblica. Calvino influenciou também a economia, a educação e a política do seu tempo. É de se perceber que o pensar teológico divide-se em antes e depois de Calvino; não foram muitos os teólogos que puderam marcar e sub-dividir a história através de uma sistematização lógica e coerente, além de muito fundamentada.
.
A influência de Calvino na teologia foi tão profunda que, após sua morte, a teologia reformada cognominou-se calvinismo. O que Calvino pensou foi o que os apóstolos, os pais da igreja e tantos outros doutores (entre os tais: Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino) já haviam pensado sobre as doutrinas de Cristo.
.
Desejo destacar apenas dois pontos do pensamento de Calvino, o que daria uma tese de doutorado (diga-se de passagem não é o objetivo neste post), tal a profundidade do pensar teológico desse autêntico doutor, dado pelo Senhor à igreja:
.
(a) A depravação total da humanidade.
.
Calvino defendia que o homem pecou em Adão e, consequentemente, não possui meios próprios de se aproximar do Salvador. Esse posicionamento vem de encontro ao defendido pela escola arminiana, que defende a participação do homem no processo de salvação; ou seja, o homem tem condições de decidir em aceitar ou não o Salvador.
.
O que Calvino depreende dos escritos sagrados é que literalmente o homem morreu em seus delitos e pecados, não podendo, assim, tomar qualquer iniciativa em direção ao Senhor e Salvador. O pecado e a iniquidade que dilaceram o ser humano são mais que suficientes para lançá-lo ao inferno. O pecado original que está entranhado no homem, faz desse homem literalmente escravo do pecado. A depravação foi total, impossibilitando, sumariamente o homem de tomar qualquer iniciativa em direção a Cristo.
.
A depravação humana é total da mesma forma que a morte é total. Ninguém pode está parcialmente morto. Assim, ninguém pote está parcialmente depravado. O pecado gerou uma depravação na humanidade de forma total que o incapacita de se decidir pelo Salvador.
.
(b) A soberania de Deus.
.
Calvino defendia a soberania de Deus absoluta. A autoridade de Deus é perfeita em sua administração. Nada, absolutamente, nada pega Deus de surpresa. Ele tem o controle da história em suas mãos e tudo é direcionado e determinado por Ele.
.
Aqui está mais um ponto em que há divergência entre a escola da teologia reformada e a escola da teologia arminiana, que defende o processo de salvação com sendo produto da pré-ciência de Deus; ou seja, o Salvador conhece aquele que por sua livre vontade aceitaria o convite para salvação. Esse entendimento foi duramente contestado por Calvino, porque este depreendia da Palavra do Senhor que o pré-conhecimento de Deus está fundamentado no seu propósito e no seu plano; ou seja, é o Salvador quem, por livre vontade e autonomia absoluta, escolha, regenera e salva.
.
Como pudemos observar, houve e ainda há um grande debate sobre os postulados dessas duas escolas teológicas. Por isso, quero destacar uma frase de Jacob Arminius, grande opositor da teologia de Calvino:
.
"Calvino está um nível acima de qualquer comparação, no que diz respeito à interpretação da Escritura. Os seus comentários precisam ser muito mais valorizados do que quaisquer dos escritos que recebemos dos pais da igreja”!
.
Quero deixar outro pronunciamento, agora de Richard Baxter, um grande puritano do século XVII:
.
"“Não conheço outro homem, desde os dias dos apóstolos, que eu valorize e honre mais do que João Calvino. Eu me aproximo e tenho grande estima do seu juízo sobre todas as questões e sobre seus detalhes”.
.
Acreditamos que enquanto houver pensadores, haverá divergências no campo do saber teológico, mas não se pode negar a enorme contribuição de João Calvino para a história da teologia reformada.
.
Que o Senhor nos ajude a compreendermos mais e mais os seus caminhos!
.
PS. Para quem deseja experimentar momentos de oração e compartilhamento na teologia reformada, filie-se a MAR - Missão Angrense Reformada.
.
Sola Scriptura
.
WJ

quinta-feira, 2 de julho de 2009

É HORA DA ASSEMBLEIA DE DEUS REPENSAR SEU SISTEMA

Há muito venho pensando sobre o sistema administrativo da nossa querida Assembleia de Deus no Brasil: Campo, Ministério, enfim. Na verdade, o que temos é uma administração presidencialista absolutista. O Presidente é vitalício e já indica como seu vice, aquele que quer que seja o futuro presidente (na grande maioria das vezes, seu filho).
.
A igreja hoje é tida, por esses líderes, mais como uma empresa da família do que como uma instituição sagrada, que deveria servir aos anseios do Senhor. Não se ora mais para um direcionamento quanto ao futuro pastor, muito pelo contrário, há uma imposição com o discurso de que o "anjo do Senhor" está sob a orientação de Deus para indicar e empossar seu filho.
.
A instituição perdeu o respeito. Também é cabível de entendimento, pois já perdeu o respeito pelo sagrado, quando sua liderança se curva diante do poder temporal e a ele se submete incondicionalmente pela visibilidade política, pelo afago ao ego, pelos míseros trocados. Repito: A instituição perdeu o respeito.
.
Perdeu o respeito pelos homens de Deus. Não se atende mais aos intentos dos homens de Deus quando esses são antagônicos aos desejos da liderança. É estipulado um limite e não se pode avançar, mesmo que esse limite seja muito aquém do potencial dos chamados. É incrível, mas a maior alegria de alguns líderes é liderar homens com uma chamada profunda, e podá-los.
.
Perdeu o respeito pela liberdade. A liderança da instituição não percebe a liberdade existente concedida aos chamados e expressa na Palavra do Senhor. Ela, no temor de perder poder, massacra, inibe, sufoca. Não emancipa ninguém, porque só pode haver um quem manda. Muitos líderes, mesquinhos e mentirosos, se escondem atrás de um discurso lindo, afirmando que seus obreiros devem crescer juntos, mas o que querem mesmo é que o seu nome apareça; que ele cresça. Entendo por pastor aquele que apascenta, que tem um púlpito para pregar e ensinar. Não consigo conceber a idéia de se ter pastor que não conheça suas ovelhas.
.
Perdeu o respeito pela ética. Ética... Nem sei se existe mais na maioria da liderança das instituições eclesiásticas. Fico muito com uma frase proferida pelo Pr. Ricardo Gondim numa célebre mensagem entregue em uma formatura no IBAD: "O Senhor está mais preocupado com o que acontece em algumas reuniões em alguns gabinetes pastorais, do que com as prostitutas que rodam bolsinhas na praça da Sé". É duro esse discurso, mas é preciso pensar e repensar até concordarmos, pois é exatamente isso que acontece. Há coisas terríveis acontecendo nos gabinetes de nossas lideranças, inclusive em anos eleitorais. Não há ética pastoral, ministerial muito menos comportamental.
.
Perdeu o respeito pelo evangelho de Jesus. Não foi esse tipo de evangelho que o Senhor pregou e outorgou a um grupo de discípulos. Não foi o evangelho do holofote. Não foi o evangelho do ter; do desrespeito; do massacre. O Evangelho de Jesus é o evangelho da repartição, do amor. O evangelho em que os pastores se ajudem mutuamente em oração. Não foi o evangelho que prega um campo enorme em que só o presidente vive de forma digna.
.
Desejo concluir esse pensamento em forma de artigo, afirmando que minha mente não concebe a idéia de termos homens que se dizem de Deus, usufluindo do ministério por presidir, enquanto muitos dos seus liderados, que muitas vezes sofrem em suas congregações, vivem às minguas. A nossa querida Assembleia de Deus precisa repensar sua forma de governo, pois a tendência é que muitos pastores se desliguem de suas igrejas de origem para iniciar um trabalho autônomo. É hora de dizer não ao feudalismo eclesiástico.
.
Que o Senhor nos proteja!
.
Sola Scriptura

sábado, 27 de junho de 2009

2ª ESCOLA BÍBLICA DO MINISTÉRIO SUL FLUMINENSE

"Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra
no meio dos anos, no meio dos anos a notifica;
na ira lembra-te da misericórdia." Hc 3.2
.
A Igreja Evangélica Assembléia de Deus - Ministério Sul Fluminense -, em parceria com o Instituto Bíblico das Assembléias de Deus em Angra dos Reis, realizam, entre os dias 10 e 14 de agosto do corrente ano, sua segunda Escola Bíblica. Serão 10 palestras sobre o tema: "É HORA DE AVIVAMENTO". Todas as palestras serão ministradas no templo sede - Rua Dr. Moacir de Paula Lobo, 179 - Centro - Angra dos Reis - RJ. As palestras acontecerão sempre a partir das 19:00 h.
.
Segue-se a programação:
.
Dia 10 - Pr. Timóteo Ramos de Oliveira (Presidente da CONFADERJ)
.
Dia 11 - Pr. Ciro Sanches Zibórdi
.
Dia 12 - Pr. Eliezer de Lira e Silva
.
Dia 13 - Pr. Ezequias Amâncio Marins e Pr. William de Jesus
.
Dia 14 - Pr. Geremias do Couto
.
.
Salienta-se, ainda, que as inscrições devem ser feitas antecipadamente na secretaria da Igreja ou do IBADAR, pois as vagas são limitadas.
Contatos: (24) 3365 3498 - Secretaria da Igreja e do IBADAR
(24) 9263 3192 - Pr. William de Jesus
.
Esperamos por você e sua família.
.
Pr. William de Jesus - Coordenador da EBSF

sábado, 6 de junho de 2009

NÃO SOU CANTOR, SOU LEVITA

"E habitaram os sacerdotes, e os levitas, e alguns do povo, tanto os cantores como os porteiros e os netineus nas suas cidades, como também todo o Israel nas suas cidades." Esd 2.70
.
Recentemente, estive ministrando a Palavra do Senhor em uma festividade de jovens e fiquei pensativo diante de uma afirmação feita por uma irmã (convidada para cantar no evento). Assim como a maioria dos cantores modernos, ela disse:
.
"Primeiro que não sou cantora, sou levita. E isso tem uma diferença enorme."
.
Incrível é que à semelhança dessa irmã, muitos cantores, hoje, estão se autoentitulando levitas. Pensam que fazem parte de um ministério mais abrangente, santo ou similar. No entanto, o que a Bíblia fala sobre os levitas?
.
(a) Primeiro, os levitas, ou filhos de Levi, eram antes uma tribo secular, mas que se tornou a tribo sacerdotal, pois deles procederam os sacerdotes (descendentes de Arão) e os levitas (os demais membros da tribo).
.
(b) Os levitas eram os descendentes de Levi, filho de Jacó, e pai de Gérson, Coate e Merari, de onde vem os gersonitas, coatitas e meraritas. No capítulo 4 do livro dos Números, temos o ministério dos levitas:
.
1) Ministério dos filhos de Coate (Nm 4.5-20). Cuidar dos utensílios do Tabernáculo.
.
2) Ministério dos filhos de Gérson (Nm 4.21-28). Levar as cortinas, a tenda, a coberta do Tabernáculo.
.
3) Ministério dos filhos de Merari (Nm 4.29-33). Levar as tábuas, os varais, as colunas, as bases do Tabernáculo.
.
Como se depreende do texto supra, o ofício dos levitas era o serviço do altar. Trabalhar em prol do Tabernáculo. Tudo que diz respeito ao Tabernáculo era ofício dos levitas, inclusive as ministrações, pois os sacerdotes eram oriundos dos levitas.
.
Entendo que todos aqueles que se predispõem em servir ao Senhor de coração, tornam-se um de seus levitas. Confesso que não entendi ainda de onde tiraram que os levitas formam, hoje, um ministério somente voltados àqueles que cantam. Quando meditamos nos Salmos, podemos perceber que o salmista convoca todo o povo de Israel a adorar ao Senhor.
.
Além do mais, louvar ao Senhor é algo que ultrapassa a idéia de cantar. Há muitos que cantam, mas não louvam ao Senhor. Louvar ao Senhor está intimamante ligado à prestação de culto, e prestar culto é algo que vai muito além de cantar. O culto é prestado nas minhas ações, no meu silêncio em reverência, nas minhas ofertas, enfim. Desta forma, todos somos levitas. À semelhança dos levitas no antigo Testamento, todos nós temos uma responsabilidade diante do Senhor e com sua obra. Todos temos um ministério.
.
Confesso que não concebo a idéia de uma grande diferença entre cantar e ser levita. Confesso também que é de uma prepotência muito grande alguém desejar autoentitular levita na consciência de que, com essa titulação, consegue um ministério maior.
.
Entendo que ser levita é servir ao Senhor. É fazer parte da tribo escolhida para o ofício do Tabernáculo e para o ofício sacerdotal.
.
Sola Scriptura.
.
WJ

terça-feira, 2 de junho de 2009

Existe algo de estranho no reino da "Dinamarca"

"Há os que adquirem conhecimento pelo valor do conhecimento - isso é vaidade de baixo nível. Há os que desejam tê-lo para edificar outros - isso é amor. E há outros que o desejam para que eles mesmos sejam edificados - isso é sabedoria."
Barnardo de Claraval
.
Confesso que minha mente não concebe a idéia de uma aliança entre o sagrado e o profano. Ainda que as circunstâncias lutem implacavelmente para me fazer aceitar tal pressuposto, não consigo vislumbrar, à luz da Santa Palavra de Deus e da tradição histórica da santa igreja do Senhor, um fim saudável e vitorioso para os que aderem tal aliança.
.
Ontem foi uma noite especial no Instituto de Teologia! Discutíamos, em Teologia Contemporânea, os pensamentos de Karl Barth sobre "A Comunidade", no seu livro "Introdução à Teologia Evangélica" (Editora Sinodal). Após um debate sadio que desembocou num ambiente profícuo e salutar, tomei a palavra e disse à classe: "Meus irmãos, entendemos que se a Palavra entrar em nossos corações, ela nos obriga a transmitir uma palavra à sociedade. A Palavra de Deus, uma vez dentro de nossa mente, impele-nos à realizações comportamentais".
.
Não duvido dessa verdade barthiana, até porque é genuinamente bíblica. Sabemos que há muitos pontos na teologia de Karl Barth que devemos nos aprofundar e, até certo ponto, deixar de lado no que tange à adoção de uma linha a ser seguida, mas especificamente aqui, quando ele pensa a relação entre a Palavra e a Comunidade, percebo uma ortodoxia desembocando na ortopraxia, ou seja, a prática do amor.
.
E toda essa ação noturna, numa sala de aula de uma academia teológica, levou-me a algumas indagações:
.
Por que muitos homens de Deus, ou ditos homens de Deus, que tiveram um envolvimento com o sagrado no início de seus ministérios, conseguem se sentar à mesa dos ímpios e fazer negociatas?
.
Por que lidam com a Igreja (a "Comunidade" Barthiana) como se fosse uma empresa da família?
.
Por que muitos não conseguem entender que a cultura, os tempos e tantos outros aspectos da vida mudaram, mas as verdades fundamentais do Evangelho não mudará jamais?
.
Por que essas atitudes me levam a crer cada dia mais que muitos não aceitam mais os pressupostos teológicos da escatologia, principalmente a vinda do Senhor e a vida eterna?
.
Não adianta adquirir sabedoria, se esta não for usada para a edificação do corpo. A sabedoria que foge a essa essência, não é a sabedoria que vem do alto. Faz-se necessário entendermos que as verdades teológicas que sustentam historicamente a Igreja são imutáveis e é por elas que devemos lutar, custe o que custar.
.
De um subversivo, mas crente em Jesus e no seu Evangelho.
.
Sola Scriptura.
.
WJ

terça-feira, 19 de maio de 2009

REFLEXÕES SOBRE A TRINDADE

"Eu não sei qual das três pessoas da Trindade eu mais amo, porém isso eu sei, eu amo a todas três"
Samuel Rutherford
.
A doutrina da Trindade é de difícil entendimento, no entanto, é uma doutrina bíblica. Destarte, não se pode ter outra atitude se não aceitá-la. Trata-se de três pessoas, autônomas e dissolúveis, e um Deus em essência.
.
Assim descreve o Pr. Joel R. Beeke sobre a Trindade:
.
"Quando estamos motivados pelo grande amor de um Pai que deu Seu único Filho, e somos movidos pelo Filho que Se deu a Si mesmo, e somos movidos pelo Espírito Santo que tem a paciência de operar em pecadores tão difíceis como nós, somente podemos caminhar de uma forma gostosa e desejosa com este Deus Triúno".
.
Que maravilha! Percebe-se na história humana o envolvimento de Deus. Há uma preocupação em Deus de se fazer presente na vida e na história do homem. Nessa relação vertical, e de pura passividade do homem, presencia-se o envolvimento nítido de um Deus triúno. O Pai que ama o homem e dá Seu Filho; o Filho que ama o homem e Se dá e o Espírito Santo que opera no homem, pecador e mortal.
.
Há um conceito de Trindade pensado por William P. Young, que o atrela à relação de amor e relacionamento. Eis o que ele diz:
.
"Não somos três deuses e não estamos falando de um deus com três atitudes, como um homem que é marido, pai e trabalhador. Sou um só Deus e sou três pessoas, e cada uma das três é total e inteiramente o um (...) O importante é o seguinte: se eu fosse simplesmente Um Deus e Uma Pessoa, você iria se encontrar nessa Criação sem algo maravilhoso, sem algo que é essencial. E eu seria absolutamente diferente do que sou. (...) E os homens estariam sem amor e relacionamento. Todo amor e relacionamento só são possíveis para vocês porque já existem dentro de Mim, dentro do próprio Deus. O amor não é limitado. O amor é o voo. Eu sou o amor".
.
No conceito de Young, a Trindade se apresenta e se relaciona na existência para levar ao homem
o entendimento da relação firme, sólida, essencial à vida, entre o amor e o relacionamento. Deus é amor. A Trindade existe harmonicamente.
.
Pode até ser uma doutrina de difícil entendimento, mas, indubitavelmente, de fácil aceitação. Digo isso, pois todo aquele que se predispõe a aceitá-la, sente na alma a presença real e substancial das três pessoas na essência de um único Deus Triúno.
.
Sola Scriptura.
.
WJ

quarta-feira, 13 de maio de 2009

LI "A CABANA" E RECOMENDO

"Um dia, porém, ele recebe um estranho bilhete, assinado por Deus, convidando-o para um encontro na cabana abandonada. Cheio de dúvidas, mas procurando um meio de aplacar seu sofrimento, Mack atende ao chamado e volta ao cenário de seu pesadelo."

Com o coração encharcado de prazer, alegria e comoção, acabo de ler o livro, magnífico, "A Cabana", de William P. Young, Editora Sextante.

Trata-se de uma obra de ficção em que o autor utiliza uma linguagem simples para dissecar assuntos complexos, tais como: a doutrina da Trindade, a centralidade de Deus, o amor incondicional de Deus, a singularidade do homem, etc.

É a história de um homem, Mackenzie Allen Phillips, envolvido em crises existenciais e traumáticas. Suas crises chegam ao apce quando sua filha, de seis anos, é cruelmente assassinada numa cabana.

Passam-se três anos e meio e Mack, como é chamado Mackenzie, recebe um bilhete assinado por "Papai", nome pelo qual sua esposa se referia a Deus, dizendo que o aguardava para um encontro na Cabana. Mack vai ao final de semana para a Cabana e lá tem um encontro surpreendente.

Bom, daí para frente vocês podem, e devem, ler essa obra. O que quero compartilhar é a forma simples como o autor consegue, nos moldes de um romance, discutir assuntos complexos da teologia. Parece até que estamos diante de uma teologia puritana e prática. Afirmo que só não estamos, porque a linha defendida pelo autor foge à da reformada.

Na Cabana, Deus conversa com Mack, como se fosse um homem.... E durante esses diálogos, Mack recebe a cura interior gradativamente. É incrível a forma simples como podemos, e, creio, devemos, nos comportar diante do Sagrado. Deus é o Emanuel, "Deus conosco", é o Ser que se historifica, temporaliza, "arma entre nós a sua tenda".É o Deus que vive conosco e vive em nós. A partir do momento que encararmos Deus como um ser que não quer se distanciar de nós, muito pelo contrário, indubitavelmente, teremos uma comunhão muito mais efeicaz com Ele.

A leitura de "A Cabana", além de nos proporcionar uma alegre e contagiante viagem, vai também nos fazer compreender mais sobre a relação íntima com o Senhor.

Leia, você não vai se arrepender.

Sola Scriptura.

wj

sexta-feira, 1 de maio de 2009

É TEMPO DE VOLTAR

"Eis que, na palma das minhas mãos, te tenho gravado; os teus muros estão continuamente perante mim." (Is 49.16)

Confesso que, às vezes, me pego pensando em tudo que já vivi. Então, vejo-me aos 13 anos de idade quando caminhava cerca de 3 km, a pé, para cultuar ao Senhor. Lembro-me perfeitamente das noites que passava em vigílias, sozinho, em meu quarto. Momentos que reservava para compartilhar com o Senhor de um diálogo sério e comprometedor. Penso, também, nas muitas horas em que passava lendo a Bíblia sagrada; lia a Bíblia 2 vezes ao ano e todo ano. Havia um ardor em meu coração que me conduzia a leituras devocionais, teológicas e similares.

Aí o tempo passa. Advêm os compromissos, as responsabilidades com o trabalho, a família, a igreja, enfim. Muitas vezes, não percebemos que o tempo vai sendo utilizado com outras ações. Não há mais tempo disponível para uma leitura, um estudo dirigido, uma noite de oração e meditação, pois no dia seguinte, há a necessidade de se levantar às seis horas. Aquela sobra de tempo que era tão comum, já não existe. Então, começamos, naturalmente, a deixar de lado a leitura, a meditação, a oração. Não digo que deixamos de lado, por completo, a vida de leitura, estudo sistemático da Palavra e a oração, mas que a essas ações é destinado um tempo muito menor, disso não se tem dúvidas. Então, o que fazer?

"Antecipei-me à alva da manhã e clamei; esperei na tua palavra. Os meus olhos anteciparam-me às vigílias da noite, para meditar na tua palavra." (Sl 119.147,148)

Em primeiro lugar, precisamos entender que não há motivo algum para que minha relação com o Senhor seja prejudicada. Urge a necessidade de que entendamos que nada pode assumir o lugar de mais importante em nossa vida do que a relação íntima com o Sagrado; e que essa relação advém com a leitura, a meditação e a oração. Logo, há a necessidade de se fazer como o salmista, dormir menos.

O salmista também passou por tudo isso. Sua vida era uma vida de oração, estudo, mas um dia se viu diante da responsabilidade, que tomava quase todo seu tempo - governar o povo. O que ele fez? Diminuiu as horas de sono. É o que precisamos fazer, hoje, diminuir as horas de sono. Dormir menos. Criar o hábito de ler, estudar e orar, nos momentos que temos e dormirmos menos. Ou dormimos mais tarde, ou acordamos mais cedo, mas precisamos dormir menos a fim de utilizarmos esse tempo na construção de uma relação mais íntima com o Senhor.

"Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus." (Ef 5.16,17)

Que conselho magnífico o apóstolo Paulo dá ao seu filho Timóteo! Remir o tempo se iguala à expressão "cuidar do tempo", ou seja, usar o tempo de maneira mais satisfatória; não desperdiçar o tempo. Quanto tempo se perde na fila do banco, nas conversas entre amigos, nas idas e vindas a determinados locais.

Cheguei à conclusão de que, por mais que nosso tempo tenha se encurtado palas responsabilidades já descritas alhures, ainda temos tempo - menos, mas temos. O grande problema é que não estamos "remindo o tempo".

Precisamos voltar àqueles tempos em que alimentávamos a relação com o Senhor. Tempo em que estar intimamente ligado com o sagrado era o que havia de mais importante em nossa vida. Tempo em que gastávamos na leitura, no aprendizado, na meditação profunda e sistemática, na oração, no jejum, nas vigílias, enfim. Tempo em que o tempo era usado para um comprometimento mais estreito com tudo que se relaciona com o Senhor.

Eu preciso resgatar essa idéia. E, confesso que esse sentimento me consome de alguns meses para cá. Tenho lutado muito para não perder mais tempo. Muitos me encontram (quando me encontram) e dizem: "Ainda está morando em Angra?", outros: "Nossa, como você está sumido!" E é verdade, eu estou sumido mesmo, mas é porque estou remindo meu tempo. Quando não estou trabalhando ou na igreja, estou em casa lendo, orando. Tenho lutado muito para dormir menos. Só durmo tarde, independente se tenho que acordar às seis da manhã (horário que acordo todos os dias).

Há uma necessidade mais que urgente de voltarmos a essa meditação. Não podemos permitir que percamos a comunhão que tínhamos com o Senhor, por razões temporais.

Sola Scriptura.

WJ

quinta-feira, 30 de abril de 2009

NA CASA DO FARISEU, POR AMOR.

"E rogou-lhe um dos fariseus que comesse com ele;
e, entrando em casa do fariseu, assentou-se à mesa." Lc 7.36

Esse texto retrata uma linda história de amor. Diria até, de uma mulher híper apaixonada por Jesus. Ela entra por detrás do Mestre, sem se interessar se seus pés estão sujos, pela poeira da estrada, com odor não muito agradável.... Não... Ela não liga pra isso. Seu objetivo é único: chorar aos pés do seu amado.

É uma linda história, que nos mostra o quanto precisamos amá-lo, sem olhar para o que Ele vai fazer por nós, muito pelo contrário, amá-lo pelo que Ele já fez.
No entanto, o texto começa apresentando exatamente um Mestre que se revela como um apaixonado pelo pecador. Seu amor é incondicional ao ponto de fazê-lo descer à casa de um fariseu. Diria, um leproso fariseu. Encharcado pela lepra da hipocrisia.

Os fariseus eram aqueles que se portavam como os mais excelentes filhos de Deus. Prendiam-se aos estereótipos, às aparências. Todos deveriam saber que estavam orando, jejuando, orfertando, enfim; o que faziam, faziam-no para que os homens soubesse; ou seja, agiam exatamente contrários aos mandamentos do Mestre.

E é na casa de um fariseu hipócrita e com a lepra da auto-exaltação que Jesus entra. Que coisa linda! O Mestre maior tem um objetivo. Sua vida é pra ser vivida dentro de uma ação pré determinada. Costumo dizer que a discussão sobre predestinação existe há muito tempo, mas todos os adeptos a essa calorosa discussão se curvam diante da assertiva: Jesus foi um predestinado. Predestinado a morrer morte de Cruz, predestinado a não pecar, predestinado a salvar, predestinado a amar, amar incondicionalmente...

Quero compartilhar três pontos sobre a descida e entrada de Jesus na casa de Simão, o fariseu:

(a) Não há circunstâncias pecaminosas que superem o amor de Jesus

Simão, o fariseu, rogou ao Mestre que entrasse em sua casa. Depreende-se desse texto que houve uma pré disposição no fariseu em rogar. Ele não pede, ele roga, implora.

Confesso que minha mente não concebe a idéia de que Jesus só entrou na casa de Simão porque houve esse dito "rogo". Acredito, piamente, que o Mestre permitiu ao fariseu rogar para que houvesse um processo de humilhação por parte desse pecador.

Não se pode negar o fato de que Jesus, ao entrar na casa de simão, desce às partes mais baixas, no contexto religioso. Entende-se, portanto, que não há circunstâncias pecaminosas que superem o amor de Jesus. Ele vai aonde está o mais terrível pecador. Seu objetivo é se revelar, é se apresentar como aquele que ama.

Foi assim que fomos atingidos pelo Senhor. Ele desceu até aonde estávamos (ou alguém acredita que, por si só, subiu aonde Jesus estava e se entregou a Ele?), e ali, naquela lama pecaminosa, encontrou-se conosco.

(b) Ele trata o homem como homem

É óbvio que muitos dos que ali estavam, pensaram a respeito do comportamento não muito convencional do Mestre; mas esse seria sempre o seu comportamento. Ele não faz distinção entre homem e homem.

Nós é que temos esse comportamento de sub dividir os homens em classes. Para a humanidade, o ser humano está dividido em classes; para a igreja, os homens estão divididos em classes; mas para Jesus não há divisão. Jesus olha e vê o homem dependente de seu amor.

Quando Ele entra na casa de Simão, Ele trata Simão como Simão. Um fariseu, com a lepra da hipocrisia, corrompido e dependente de seu amor salvífico. Não há como não entender que esse seria o tratamento que Jesus daria a Simão, pois sempre foi assim.

Muitas vezes não compreendemos por que recebemos do Senhor determinado tatamento; daí começamos a nos preocupar. Somos confrontados e isso nos leva à indagações profundas. Sabe?

Isso não é nada. Ele trata-nos como somos. Somos homens.

(c) Ele vai aonde o homem está

Foi o Mestre mesmo quem disse que os sãos não precisam de médicos, mas, sim, os doentes. Desta forma, compreende-se que Ele vai aonde o homem necessitado se encontra.

Ninguém consegue dar um passo em direção ao Senhor por vontade própria; logo, sempre é Ele quem dá o primeiro passo. Não interessa a Jesus aonde o homem esteja, Ele vai ao encontro do homem.

O que acontece depois, em relação à mulher, é algo maravilhoso e que nos revela grandes lições de amor, mas é fruto de um acontecimento marcante - Jesus na casa de um fariseu com a lepra da hipocrisia.

Que o Senhor nos ajude a compreender seu grande e imensurável amor!

Sola Scriptura.

WJ

sábado, 25 de abril de 2009

PR. JOSÉ WELLINGTON É REELEITO PRESIDENTE DA CGADB.

A 39ª AGO, realizada entre os dias 20 e 24 de abril, encerrou-se após a posse da nova Mesa Diretora. Como é de ciência de todos, o Pr. José Wellington foi reeleito para presidir a CGADB pelos próximos 4 anos.

Não se pode negar que a gestão do Pr. José Wellington à frente da CGADB, ao longo dessas duas décadas (ora na presisência, ora compondo a Mesa, mas sempre com o mesmo grupo), teve muito de positivo, incluindo aqui a elevação de nossa CPAD como a primeira Editora Evangélica do Brasil (e América Latina?). No entanto, penso que a razão por que há uma continuidade no poder deve-se a dois fatos:

1) O atual grupo que está à frente da CGADB não queria ficar de fora (na questão administrativa) do Centenário das Assembléias de Deus no Brasil (2011). Ganhando essa eleição, após mudança estatutária (de 2 para 4 anos de mandato), essa nova Mesa, presidida pelo Pr. José Wellington, estará incumbida de assumir os festejos do centenário. Trata-se de uma grande festa!!!!

Faço um comentário, estritamente pessoal, sobre esse ponto: Penso que é mais que justo uma pessoa entender que deva estar à frente da Instituição que presidiu ininterruptamente desde 1995, e que está compondo a Mesa desde o começo da década de 1980, nos grandes festejos do, tão esperado, Centenário das Assembléias de Deus. Por esta razão, meus parabéns ao Pr. José Wellington, que já marcou seu nome nas páginas da linda história das Assembléias de Deus, e que com esse feito, com certeza, estará entre as maiores lideranças que o Senhor já levantou nas Assembléias de Deus (no meu modesto ponto de vista, atrás apenas dos Pastores fundadores, Daniel Berg e Gunnar Vingren).

2) Ainda há um pensamento contrário à idéia de se transferir a responsabilidade de guiar os caminhos da CGADB a essa nova geração. Nunca me esqueço de um Pastor que pregou na Capela do IBAD (Pindamonhangaba - SP), em minha época de seminarista, e disse que num diálogo entre dois pastores, o da antiga geração dizia: "Que tipo de homens assumirão 'nossas' igrejas?!!" E dizia isso com uma preocupação profunda. Enquanto o Pastor da nova geração retrucava: "Que tipo de igreja, receberemos das mãos dos líderes mais antigos?!!" E, também, dizia isso com uma preocupação profunda.

É de se notar que há uma grande preocupação dupla: uma por parte da "velha guarda" (com todo respeito), que por zelo ou coisa similar, não vê na nova geração condições para assumir a direção da CGADB. Outra, por parte da nova geração, que vê um "atraso" enorme na "velha guarda". Pensa que a velha geração não acompanhou, como deveria, os avanços da pós modernidade, e, por isso, estaria ficando para trás; não extraindo tudo que deveria e poderia para a realização de um trabalho muito mais salutar.

Meu modesto comentário sobre esse tópico é o seguinte: O período de transição é sempre complicado. No entanto, um dia os da "velha guarda" foram novos e assumiram os trabalhos com os mesmos olhares que olham hoje, e deram conta do recado. A obra é do Senhor! Não podemos correr o risco de fazermos como Josué, que não fez um líder substituto.

O fato é que não haverá alternativa, um dia eles terão que transferir o "poder". Cabe à nova geração amadurecer cada dia mais. Penso que o Senhor, que é o dono da obra, está, com tudo isso, dizendo a essa nova geração: "Ainda é tempo de se preparar e amadurecer, vai chegar o dia em que vocês estarão à frente da CGADB".

É hora de se voltar e fazer grandes reflexões.

O Pr. Samuel Câmara foi meu professor em Pindamonhangaba. Trata-se de um homem voltado para a obra missionária. Já comprovou sua capacidade na administração das Assembléias de Deus do Amazonas e, agora, em Belém tem feito um grande trabalho, mas alguma coisa ainda está faltando, pois perdeu a eleição para presidente da Convenção do estado em que preside a igreja-mãe. Isso não se pode deixar de ver, quando se trata de um candidato a presidente da CGADB.

Minha oração e desejo é que tenhamos o entendimento e a compreensão de que essa obra é do Senhor e Ele está no controle de todas as coisas. A eleição da nova Mesa foi a vontade do Senhor.

Sola Scriptura.

domingo, 5 de abril de 2009

PORQUE EU ACREDITO EM JESUS

Confesso que muitas vezes me pego pensando e meditando aleatoriamente... e nessas viagens, muitas vezes sinto minhas convicções, muito bem plantadas em meu coração a cerca dos eventos futuros, serem sacudidas; abaladas de tal forma que preciso me refazer para não acontecer comigo o que aconteceu com o salmista Asafe (Sl 73).

Sei, perfeitamente, que é loucura acreditar no espiritual; no entanto, o próprio Paulo quando foi ter com os de corintos também não foi em palavras de doutos, mas levando a mensagem da loucura da cruz. É de se entender que o cristianismo, o evangelicalismo possui nas loucuras da cruz a sua base sólida.

Ao perceber a forma como o cristianismo de muitos se desenvolve, passo a indagar sobre a verdadeira conduta do autêntico servo do Senhor. Não há como mesclar espiritualidade sadia com uma práxis não condizente com tal espiritualidade.

Muitos vivem uma história de cristianismo completamente antagônica à descrita nos evangelhos. Isso me faz lembrar duma resposta dada por Gandhe a respeito do cristianismo: “Acredito na mensagem do Cristo, mas não no cristianismo da igreja”. É de nos deixar arrepiados, quando um ímpio confessa que o cristianismo da igreja não é condizente com a proposta do Cristo.

Acredito em Jesus, independente de qualquer ações ou teorias:

a) Jesus está muito acima dos dogmas.

Penso que é de suma importância os dogmas de uma instituição, mesmo sendo evangélica. Penso que também constituem marcas históricas, por conseguinte, devem ser preservadas por nossa geração. No entanto, acredito piamente que a proposta de Jesus – as doutrinas bíblicas – está acima dos dogmas. Não podemos nos prender aos dogmas e coloca-los acima de tudo, inclusive da doutrina.

A doutrina apresentada por Jesus é o caminho mais curto entre o homem e o seu Senhor. Seguir as doutrinas de Jesus incondicionalmente é cumprir e fazer cumprir os ideais da Palavra do Senhor. Enquanto os dogmas, muitas vezes, nos aliena, a doutrina de Cristo nos coloca à luz da realidade histórica.

b) Jesus está acima dos pressupostos teológicos.

Acredito no estudo sistemático da teologia, e acredito na teologia como a ciência que visa ao estudo de Deus e seus atributos. Sou um amante do estudo sistemático, do pensar livre e do contraditório. No entanto, penso que a doutrina prescrita na Palavra do Senhor é mais que suficiente.

Aprendi que aonde a Palavra não pode ir (e não há lugar que ela não possa ir), não será o homem com seus estudos sistemáticos e profundos que conseguirá ir. Portanto, defendo a tese de que não precisamos depreender idéias daquilo que claro e evidente quanto à sã doutrina. Os pressupostos teológicos são para debates acadêmicos, mas não devem nortear a conduta de fé. A crença em Jesus é mais que suficiente para nos fazer ultrapassar todos os limites e alcançarmos aquilo que o Senhor nos propôs.

A minha conclusão é concisa: acredito que mais do que nunca precisamos confiar em Jesus e entregarmos nossos caminhos a Ele, pois Ele é fiel e justo para nos fazer descansar.

Soa Scriptura.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

E AGORA... AS CINZAS

Mas porque com este feito deste lugar a que os inimigos do Senhor blasfemem, o filho que te nasceu morrerá. 2 Sm 12.14
.
Deixando de lado a questão histórico-religiosa que envolve todo o processo carnavalesco, o fato é que estamos na chamada “quarta-feira de cinzas”. Um período em que os foliões (nem todos, é óbvio) estão se recuperando dos festejos que levaram o corpo ao êxtase nos últimos quatro dias.

É o dia de juntar as cinzas do que se restou; ajuntar os cacos, como dizia minha avó. É o dia de se deitar e relaxar, relaxar e relaxar. Amanhã é um outro dia... e a vida continua: trabalho, casa, escola...

Mas é também para a Igreja Santa um dia de se pensar sobre recomeço. Entendo que estamos necessitados de um mover do Espírito que nos leve a uma introspecção tal que nos conduza a reflexões profundas sobre nossa conduta diante do mundo e da sociedade.

a) Urge a necessidade de juntar os cacos

Algumas indagações devem ser feitas: O que fizemos nos transcorrer desse ano? E nesse período de carnaval? Como temos nos comportado diante da sociedade carente pelo Evangelho de Jesus?

É preciso juntar os cacos do que sobrou. É interessante observar que se ainda há cacos, há alguma coisa para apresentarmos ao Senhor. À semelhança do que falou o Senhor a Jó: “Pelo menos há esperança para a árvore: Se for cortada ainda se renovará, e não cessarão seus renovos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e morrer o seu tronco no pó, ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como planta.” (Jó 14.7-9).

Ainda estamos perto das águas que alimentam e saciam a sede! Juntemos os cacos e apresentemos ao Senhor, pois Ele é capaz de nos apresentar o caminho do sucesso e da grandeza espiritual.

b) Urge a necessidade de orar

A Igreja precisa orar mais. Temos a necessidade ímpar de vivermos uma vida de oração. Sei, perfeitamente, que oro menos do que orava e muito menos do que devia, mas hoje estou sendo tocado pelo Senhor a voltar a ter uma vida de oração mais vívida. A oração, na linguagem de Caio Fábio, é “mente que tagarela com Deus”. É a relação íntima entre dois seres. Orar é necessidade imediata da Igreja.

Penso que é de suma importância a oração congregacional, além de genuinamente bíblica, mas estou me referindo à oração individual, aquela sobre a qual o próprio Senhor Jesus falou, “entra, feche a porta do seu quarto e o Senhor que te vê em oculto te recompensará” (Mt 6.6). Não resta dúvida de que essa postura é uma necessidade mais que urgente da Santa Igreja do Senhor nos dias atuais.

c) Urge a necessidade de rever seus conceitos

Precisamos rever nossa conduta enquanto servos e representantes do Reino. Qual tem sido nossa prática diária? Temos dado o exemplo desejado pelo Senhor?

Quantos equívocos cometemos, mesmo com a intenção de fazermos o correto. Muitas vezes ferimos nossos irmãos no afã de lutarmos pela verdade (ou suposta verdade). Esse é o momento que o Senhor nos tem dado para a ortopraxia.

Bom, nessa reflexão pós carnaval, meu desejo é que nós, enquanto Igreja do Senhor, logo, portadora do baluarte da verdade sagrada, conduzamo-nos pelo caminho da reflexão e do amor.

Sola scriptura

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O QUE ESPERO DA ASSEMBLEIA DE DEUS

Dei meus primeiros passos na fé em uma Igreja Batista. Foram momentos mágicos, dos quais me lembro até o dia de hoje. Adorava quando minha avó me levava aos domingos para participar da Escola Bíblica Dominical na Primeira Igreja Batista de Angra dos Reis. Após o ensino nas classes, íamos para o templo ouvir as maravilhosas e profundas mensagens proferidas pelo pastor da igreja, Pr. Manoel Luís Sobrinho - homem de uma capacidade e envergadura invejáveis.

No entanto, após alguns anos, fui com meus pais para a Assembleia de Deus, igreja que aprendi amar e trabalhar para o Senhor. Aqui gastei minha adolescência e juventude; vivi quase toda minha vida, ingressei no Seminário e no Santo Ministério. Aprendi que devemos dar frutos onde Deus nos planta, e acredito fervorosamente que o Senhor me plantou na Assembleia de Deus para aqui servi-lo com todo meu coração.

Não posso negar, portanto, que a Assembleia de Deus tem se moldado aos parâmetros atuais e, com essa postura, se distanciado de alguns marcos antigos. Não quero entrar no mérito dessa questão, mas posso afirmar que essa postura tem trazido alguns retrocessos, embora alguns queiram avistar somente os avanços.

Tudo bem, o fato é que estamos às portas de uma Convenção - 20 a 24 de abril de 2009, no Pavilhão de exposições de Carapina, Vitória/ES - que se diferencia das anteriores por duas razões fundamentais: primeira, elegeremos a nova Mesa Diretora para os próximos quatro (e não, dois) anos; e, segunda, essa nova Mesa conduzirá as Assembleias de Deus nos festejos do seu centenário. Isso tem feito com que muitos assembleianos amantes da instituição lancem nos blogs e meios de comunicação, seus sonhos e almejos das Assembleias de Deus.

Não poderia deixar de expor meus desejos. Ei-los, ao menos alguns:

a) Que saiamos dessa Convenção unidos. Confesso que tenho orado muito pelo futuro de nossa Convenção após as eleições no dia 23 de abril do corrente ano.

b) Que a nova Mesa e os que comporão os cargos de todos os escalões sejam verdadeiros homens de Deus, compromissados com os ideais de Cristo e o modelo de igreja assembleiana.

c) Que haja uma luta incansável para que as Assembleias de Deus tenha uma “cara”. Sei da dificuldade, por termos uma Convenção de Ministros, em que não há gerência nas Igrejas, mas que se tenha iniciativa de apresentar uma Assembleia de Deus unida em sua Doutrina.

d) Que uma minoria não decida a “regra do jogo”. Espero que as Assembleias de Deus faça as eleições em um dia determinado, mas que as urnas estejam espalhadas pelas Convenções Regionais e Estaduais. Não preciso ir a Vitória votar, poderia votar na sede de minha convenção regional, a CONFADERJ, por exemplo. Um Ministro do interior do Piauí, por exemplo, não precisaria vir a Vitória, antes votaria na sede de sua convenção regional, enfim. Com certeza, teríamos muito mais Ministros participando do processo eleitoral e a Mesa sairia com mais autoridade.

e) Que as Assembleias de Deus pense e repense sobre a busca incansável de se obter um canal de televisão. Penso que mais importante que isso, é a manutenção de uma agenda educacional e social. Poderíamos ter um Hospital Assembleiano, um Colégio Assembleiano, um Asilo Assembleiano, etc. Quanto ao canal de televisão; deveríamos investir na evangelização utilizando a mídia, mas não há necessidade de se obter um canal. Até porque, o canal de televisão pertencerá à Assembleia de Deus, mas ficará no nome de quem?

f) Que as Assembleias de Deus não seja vista como uma empresa ou um pequeno feudo. Que a ideia (que já faz parte da prática) da hereditariedade desapareça.

g) Que haja um pensamento de se emancipar igrejas com condições de se manter. É de puro mal gosto o que vemos em nossa querida denominação; Presidentes se fartando enquanto um incontável números de fiéis trabalhadores são escravizados.

É isso que espero da minha querida Assembleia de Deus. Sou um Ministro Assembleiano, e aprendi amar minha denominação, mas entendo que ainda estamos muito aquém daquilo que o Senhor determinou para nós.

Sola Scriptura.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

DEUS É ALTAMENTE SOBERANO (PARTE II)

“O apóstolo Paulo estava decidido a levar o evangelho a qualquer lugar, mas não
estava pronto a pregar um outro evangelho; ninguém seria capaz
de torná-lo disposto a isso. Paulo não estava disposto a camuflar,
amenizar, abreviar ou ampliar o evangelho.”
C. H. Spurgeon
.
Dando continuidade ao artigo anterior, onde foi discutido a tese da soberania de Deus, por entendimento subjetivo de que se trata de uma doutrina bíblica e histórica, é importante salientar que se trata de um assunto abrangente, instigante e, no mínimo, com margens a múltiplos entendimentos. O que se pretende aqui não é o seu esgotamento – o que seria muita pretensão -, mas expor, de forma bíblica, aquilo que norteia meus pressupostos doutrinários e teológicos.

b) Ele é soberano em Sua mensagem

Foi proposital a citação do “Príncipe dos pregadores” - C. H. Spurgeon -, não somente porque se trata de um autêntico servo do Senhor, mas pela clareza como resume a relação do apóstolo com seu chamado evangelístico e missionário.

Paulo foi o homem que, talvez, mais entendeu a profundidade e virgindade do evangelho de Jesus. Sabia que seu papel na história era o de anunciar, proclamar a todos a respeito do Senhor, e o fazia com tamanha intensidade!

O evangelho do Senhor é o evangelho capaz, é a mensagem completa. Lembro-me, ainda quando criança, de que um pastor em seu sermão afirmava que onde a Bíblia não podia entrar (e não há lugar em que ela não possa entrar), homem algum entraria. É interessante que essa afirmativa fincou em meu coração de forma que jamais a pude tirá-la. Hoje entendo perfeitamente o que esse pastor quis dizer com tal afirmação. O Evangelho é a mensagem completa do Senhor Jesus Cristo; e Cristo é altamente soberano em sua mensagem, por isso, não há necessidade alguma de alguém enxertar ou temperar essa mensagem para conseguir êxito em seu sermão.

A mensagem do Senhor explícita em sua palavra é o todo de Deus para a humanidade; é o completo de Deus para nós. Acredito piamente na autorevelação de Deus aos seus servos. Aconteceu assim no passado. Mas, entendo que tudo aquilo que o Senhor desejou para seu povo como doutrina, princípio está na Bíblia Sagrada; e está exatamente por que Ele é altamente suficiente e soberano em sua mensagem. Não há uma mensagem que seja de Deus e, ao mesmo tempo, seja passiva de um complemento. Acredito em um Deus completo, soberano.

c) Ele é soberano em Si

O evangelista João assim assevera:

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Filho Um unigênito, para que todos aqueles que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo 3.16)

Esse texto, além de ser um texto muito lido nas igrejas e de particular interesse por parte de muitos irmãos, tem uma relação profunda com a imanência de Deus e, por si só, é capaz de aprofundar o assunto em questão: A soberania de Deus em Si mesmo.

O maior dos sentimentos, pelos quais muitos deram suas vidas; escreveram um incontável número de romances, poesias, etc; firmaram uma forma íntima de viver; entregaram-se, entregaram e foram entregues; enfim; aqui é simplesmente um sentimento que nasce no coração de Deus; um sentimento que explode no coração de Deus. Deus é o agente. É o que tem as rédeas da situação.

O amor é um substantivo abstrato, ou seja, só existe dentro de uma existência. A linguística define algo abstrato como sendo tudo aquilo que não possui existência própria, por isso, necessita de uma existência anterior para existir. O amor passa a existir na existência de Deus. É Deus o primeiro Ser que permite sentir esse sentimento profundo, o qual dá o nome de amor. Que lindo! Ele é soberano em Si, na sua própria existência. Ele pratica a ação de amar sem que houvesse ainda o amor. O verbo precede o substantivo. Ele verbariza, Ele age, Ele é.

Depois, percebe-se que esse amor que nasce em sua existência explode em seu coração não de uma forma aleatória, mas objetiva. Ele ama e seu amor tem um objeto - a humanidade. Aqui, precisamos parar e pensar um pouco. A Teologia Marginal prega que Deus é o objeto de nossa adoração e de nosso amor. Isso pode até soar bem aos nossos ouvidos, mas fere a soberania de Deus. Na verdade, nós é que somos objetos do amor de Deus. Deus amou o mundo. É ele quem ama primeiro; e o objeto de seu amor é a humanidade.

Então quer dizer que não amamos a Deus? Não é isso que digo. Acredito que amamos a Deus sim, mas não como causa. Não amamos a Deus primeiro, muito pelo contrário. Amamos a Deus como consequência. Primeiro Ele nos amou.

Ele é soberano em si; Deus não precisa de nada para ser o que é. Ele simplesmente é; e o é por excelência.

Não estou na igreja para ser salvo; não sou fiel a Deus para ser salvo; não dizimo para ser salvo; não faço nada para ser salvo. Não. Sou salvo em Cristo por graça e por causa disso é que estou na igreja, sou fiel a Deus, dizimo e faço o que faço. Há uma grande diferença aqui.

Ele é soberano em Si.

Sola Scriptura

sábado, 24 de janeiro de 2009

DEUS É ALTAMENTE SOBERANO

“Vede, agora, que eu, eu o sou, e mais nenhum deus comigo; eu mato e eu faço viver; eu firo e eu saro; e ninguém há que escape da minha mão. Porque levantarei a minha mão aos céus e direi: Eu vivo para sempre. Se eu afiar a minha espada reluzente e travar do juízo a minha mão, farei tornar a vingança sobre os meus adversários e recompensarei os meus aborrecedores.” Dt 32.39-41
.
No momento em que me preparo para redigir esse artigo reflexivo, vem a minha mente um episódio que marcou minha estada no Seminário Teológico. Tínhamos aulas memoráveis, e numa delas, Teologia Sistemática, discutíamos sobre o processo salvífico. Meu professor, Pr. Cláudio Rogério dos Santos, foi seguro, objetivo e claro: “Não há salvação fora do sangue de Jesus”.

Lembro-me, também, que havia uma febre no Seminário. Quase todos os seminaristas liam o livro “O fator Melquisedeque”, Millard Erickson, Editora Vida Nova (inclusive, indico a leitura). Esse livro trata do mundo preparado para receber o Messias. Narra fatos históricos que, na mente do autor, eram caracteres visíveis de que havia uma manifestação divina para todos os povos, incluindo aqueles que não tiveram contato com o evangelho.

Com base nas informações do livro de Erickson, um colega perguntou ao Pr. Cláudio, professor de Teologia Sistemática: “Se não há salvação fora do sangue de Jesus e, se muitos não tiveram oportunidade de contato com a mensagem do evangelho, como chegam à salvação? Isso não seria calvinismo?” Ao que o professor respondeu: “
Você pode até pensar que é calvinismo, mas continuo afirmando que não há salvação fora do sangue de Jesus”.

Meus pressupostos teológicos primam pelo que é bíblico e histórico. Destarte, não posso nem devo, por questão de bom senso, ir contra os princípios que norteiam meus pensamentos teológicos. Ainda que alguns me tenham como reformado, calvinista ou similar, sempre pautarei minhas idéias pelo que entendo ser bíblico e histórico.

À semelhança do meu professor, também não entendo salvação fora do sangue de Jesus. Acredito piamente que o conhecimento no poder de salvação existente no sangue de Jesus, que leva o homem a invocar o nome do Senhor (Rm 10.13), é a expressão maior da salvação. É interessante que “isso não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8).

Acredito na soberania incondicional do Senhor. Sou um cristão professo, autêntico e conhecedor das limitações humanas. Por tudo isso, acredito e aceito a soberania do Senhor.


a) Ele é soberano em suas ações

Há, nitidamente, no cântico de Moisés (Dt 32) a intervenção de Deus na história de seu povo, eliminando as nações pagãs e dissipando seus deuses. O próprio Deus de Moisés se autoengrandece pelos seus feitos. Quando Moisés e Israel olham para a história percebem que Deus fez o que fez simples e puramente porque quis fazê-lo. Não se percebe nas linhas históricas e doutrinárias nenhuma resistência sobre essa questão.

Hoje, parece que com o advento da “Teologia Marginal”, aquela que pressupõe o homem como criador e Deus como criatura; aquela que atribui ao homem direito sobre Deus; aquela que leva o homem a colocar Deus no paredão e, tal qual Pedro (Mt 16.22), repreende-lo, dizendo: “Se não me der isso ou aquilo, deixo de te seguir”; o homem passou a indagar a soberania de Deus. É clara e evidente a noção de um Deus que não seja soberano em suas ações, mas que precisa pedir autorização ao homem para realizar o que quer, porque se Ele fizer o que quer e isso ferir os padrões éticos e morais que permeiam o arcabouço intelectual do homem, não se está diante de um Deus genuinamente bom e bíblico.

Parece-me genuinamente bíblico aceitar um Deus altamente soberano, que esteja acima de meus pressupostos e, até mesmo, de minhas adequadas justiças. Sobre nossa justiça, Paulo afirma que “a loucura de Deus é mais sábia que os homens” (1 Co 1.25). Não há como aceitar um Deus pela metade. O grande problema hoje é adequar um Deus àquilo que se é conveniente. Mas o Deus da bíblia e da história não é um Deus que se permite adequar; não é um Deus passivo, muito pelo contrário. Acredito num Deus que tem as rédeas da situação, que controla todas as coisas e que é soberano em tudo que faz.

Partindo dessa premissa básica, entendo que o processo de salvação é cristocêntrico, ou seja, começa nEle, se desenvolve nEle e termina nEle. Nesse processo, o homem é passivo. O homem é atingido pelo poder de salvação existente no sangue dEle e, daí então, clama pelo Senhor.

Louvado seja o Senhor porque nos fez ovelhas de seu pasto e pelo fato de ser soberano em suas ações.


Que Deus nos abençoe.

Sola Scriptura.