e, entrando em casa do fariseu, assentou-se à mesa." Lc 7.36
Esse texto retrata uma linda história de amor. Diria até, de uma mulher híper apaixonada por Jesus. Ela entra por detrás do Mestre, sem se interessar se seus pés estão sujos, pela poeira da estrada, com odor não muito agradável.... Não... Ela não liga pra isso. Seu objetivo é único: chorar aos pés do seu amado.
É uma linda história, que nos mostra o quanto precisamos amá-lo, sem olhar para o que Ele vai fazer por nós, muito pelo contrário, amá-lo pelo que Ele já fez.
No entanto, o texto começa apresentando exatamente um Mestre que se revela como um apaixonado pelo pecador. Seu amor é incondicional ao ponto de fazê-lo descer à casa de um fariseu. Diria, um leproso fariseu. Encharcado pela lepra da hipocrisia.
Os fariseus eram aqueles que se portavam como os mais excelentes filhos de Deus. Prendiam-se aos estereótipos, às aparências. Todos deveriam saber que estavam orando, jejuando, orfertando, enfim; o que faziam, faziam-no para que os homens soubesse; ou seja, agiam exatamente contrários aos mandamentos do Mestre.
E é na casa de um fariseu hipócrita e com a lepra da auto-exaltação que Jesus entra. Que coisa linda! O Mestre maior tem um objetivo. Sua vida é pra ser vivida dentro de uma ação pré determinada. Costumo dizer que a discussão sobre predestinação existe há muito tempo, mas todos os adeptos a essa calorosa discussão se curvam diante da assertiva: Jesus foi um predestinado. Predestinado a morrer morte de Cruz, predestinado a não pecar, predestinado a salvar, predestinado a amar, amar incondicionalmente...
Quero compartilhar três pontos sobre a descida e entrada de Jesus na casa de Simão, o fariseu:
(a) Não há circunstâncias pecaminosas que superem o amor de Jesus
Simão, o fariseu, rogou ao Mestre que entrasse em sua casa. Depreende-se desse texto que houve uma pré disposição no fariseu em rogar. Ele não pede, ele roga, implora.
Confesso que minha mente não concebe a idéia de que Jesus só entrou na casa de Simão porque houve esse dito "rogo". Acredito, piamente, que o Mestre permitiu ao fariseu rogar para que houvesse um processo de humilhação por parte desse pecador.
Não se pode negar o fato de que Jesus, ao entrar na casa de simão, desce às partes mais baixas, no contexto religioso. Entende-se, portanto, que não há circunstâncias pecaminosas que superem o amor de Jesus. Ele vai aonde está o mais terrível pecador. Seu objetivo é se revelar, é se apresentar como aquele que ama.
Foi assim que fomos atingidos pelo Senhor. Ele desceu até aonde estávamos (ou alguém acredita que, por si só, subiu aonde Jesus estava e se entregou a Ele?), e ali, naquela lama pecaminosa, encontrou-se conosco.
(b) Ele trata o homem como homem
É óbvio que muitos dos que ali estavam, pensaram a respeito do comportamento não muito convencional do Mestre; mas esse seria sempre o seu comportamento. Ele não faz distinção entre homem e homem.
Nós é que temos esse comportamento de sub dividir os homens em classes. Para a humanidade, o ser humano está dividido em classes; para a igreja, os homens estão divididos em classes; mas para Jesus não há divisão. Jesus olha e vê o homem dependente de seu amor.
Quando Ele entra na casa de Simão, Ele trata Simão como Simão. Um fariseu, com a lepra da hipocrisia, corrompido e dependente de seu amor salvífico. Não há como não entender que esse seria o tratamento que Jesus daria a Simão, pois sempre foi assim.
Muitas vezes não compreendemos por que recebemos do Senhor determinado tatamento; daí começamos a nos preocupar. Somos confrontados e isso nos leva à indagações profundas. Sabe?
Isso não é nada. Ele trata-nos como somos. Somos homens.
(c) Ele vai aonde o homem está
Foi o Mestre mesmo quem disse que os sãos não precisam de médicos, mas, sim, os doentes. Desta forma, compreende-se que Ele vai aonde o homem necessitado se encontra.
Ninguém consegue dar um passo em direção ao Senhor por vontade própria; logo, sempre é Ele quem dá o primeiro passo. Não interessa a Jesus aonde o homem esteja, Ele vai ao encontro do homem.
O que acontece depois, em relação à mulher, é algo maravilhoso e que nos revela grandes lições de amor, mas é fruto de um acontecimento marcante - Jesus na casa de um fariseu com a lepra da hipocrisia.
Que o Senhor nos ajude a compreender seu grande e imensurável amor!
Sola Scriptura.
WJ
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