Senhor, ajude-nos a cairmos sempre prostrados aos seus pés em sinal de constrangimento, submissão e amor!



sexta-feira, 1 de maio de 2009

É TEMPO DE VOLTAR

"Eis que, na palma das minhas mãos, te tenho gravado; os teus muros estão continuamente perante mim." (Is 49.16)

Confesso que, às vezes, me pego pensando em tudo que já vivi. Então, vejo-me aos 13 anos de idade quando caminhava cerca de 3 km, a pé, para cultuar ao Senhor. Lembro-me perfeitamente das noites que passava em vigílias, sozinho, em meu quarto. Momentos que reservava para compartilhar com o Senhor de um diálogo sério e comprometedor. Penso, também, nas muitas horas em que passava lendo a Bíblia sagrada; lia a Bíblia 2 vezes ao ano e todo ano. Havia um ardor em meu coração que me conduzia a leituras devocionais, teológicas e similares.

Aí o tempo passa. Advêm os compromissos, as responsabilidades com o trabalho, a família, a igreja, enfim. Muitas vezes, não percebemos que o tempo vai sendo utilizado com outras ações. Não há mais tempo disponível para uma leitura, um estudo dirigido, uma noite de oração e meditação, pois no dia seguinte, há a necessidade de se levantar às seis horas. Aquela sobra de tempo que era tão comum, já não existe. Então, começamos, naturalmente, a deixar de lado a leitura, a meditação, a oração. Não digo que deixamos de lado, por completo, a vida de leitura, estudo sistemático da Palavra e a oração, mas que a essas ações é destinado um tempo muito menor, disso não se tem dúvidas. Então, o que fazer?

"Antecipei-me à alva da manhã e clamei; esperei na tua palavra. Os meus olhos anteciparam-me às vigílias da noite, para meditar na tua palavra." (Sl 119.147,148)

Em primeiro lugar, precisamos entender que não há motivo algum para que minha relação com o Senhor seja prejudicada. Urge a necessidade de que entendamos que nada pode assumir o lugar de mais importante em nossa vida do que a relação íntima com o Sagrado; e que essa relação advém com a leitura, a meditação e a oração. Logo, há a necessidade de se fazer como o salmista, dormir menos.

O salmista também passou por tudo isso. Sua vida era uma vida de oração, estudo, mas um dia se viu diante da responsabilidade, que tomava quase todo seu tempo - governar o povo. O que ele fez? Diminuiu as horas de sono. É o que precisamos fazer, hoje, diminuir as horas de sono. Dormir menos. Criar o hábito de ler, estudar e orar, nos momentos que temos e dormirmos menos. Ou dormimos mais tarde, ou acordamos mais cedo, mas precisamos dormir menos a fim de utilizarmos esse tempo na construção de uma relação mais íntima com o Senhor.

"Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus." (Ef 5.16,17)

Que conselho magnífico o apóstolo Paulo dá ao seu filho Timóteo! Remir o tempo se iguala à expressão "cuidar do tempo", ou seja, usar o tempo de maneira mais satisfatória; não desperdiçar o tempo. Quanto tempo se perde na fila do banco, nas conversas entre amigos, nas idas e vindas a determinados locais.

Cheguei à conclusão de que, por mais que nosso tempo tenha se encurtado palas responsabilidades já descritas alhures, ainda temos tempo - menos, mas temos. O grande problema é que não estamos "remindo o tempo".

Precisamos voltar àqueles tempos em que alimentávamos a relação com o Senhor. Tempo em que estar intimamente ligado com o sagrado era o que havia de mais importante em nossa vida. Tempo em que gastávamos na leitura, no aprendizado, na meditação profunda e sistemática, na oração, no jejum, nas vigílias, enfim. Tempo em que o tempo era usado para um comprometimento mais estreito com tudo que se relaciona com o Senhor.

Eu preciso resgatar essa idéia. E, confesso que esse sentimento me consome de alguns meses para cá. Tenho lutado muito para não perder mais tempo. Muitos me encontram (quando me encontram) e dizem: "Ainda está morando em Angra?", outros: "Nossa, como você está sumido!" E é verdade, eu estou sumido mesmo, mas é porque estou remindo meu tempo. Quando não estou trabalhando ou na igreja, estou em casa lendo, orando. Tenho lutado muito para dormir menos. Só durmo tarde, independente se tenho que acordar às seis da manhã (horário que acordo todos os dias).

Há uma necessidade mais que urgente de voltarmos a essa meditação. Não podemos permitir que percamos a comunhão que tínhamos com o Senhor, por razões temporais.

Sola Scriptura.

WJ

quinta-feira, 30 de abril de 2009

NA CASA DO FARISEU, POR AMOR.

"E rogou-lhe um dos fariseus que comesse com ele;
e, entrando em casa do fariseu, assentou-se à mesa." Lc 7.36

Esse texto retrata uma linda história de amor. Diria até, de uma mulher híper apaixonada por Jesus. Ela entra por detrás do Mestre, sem se interessar se seus pés estão sujos, pela poeira da estrada, com odor não muito agradável.... Não... Ela não liga pra isso. Seu objetivo é único: chorar aos pés do seu amado.

É uma linda história, que nos mostra o quanto precisamos amá-lo, sem olhar para o que Ele vai fazer por nós, muito pelo contrário, amá-lo pelo que Ele já fez.
No entanto, o texto começa apresentando exatamente um Mestre que se revela como um apaixonado pelo pecador. Seu amor é incondicional ao ponto de fazê-lo descer à casa de um fariseu. Diria, um leproso fariseu. Encharcado pela lepra da hipocrisia.

Os fariseus eram aqueles que se portavam como os mais excelentes filhos de Deus. Prendiam-se aos estereótipos, às aparências. Todos deveriam saber que estavam orando, jejuando, orfertando, enfim; o que faziam, faziam-no para que os homens soubesse; ou seja, agiam exatamente contrários aos mandamentos do Mestre.

E é na casa de um fariseu hipócrita e com a lepra da auto-exaltação que Jesus entra. Que coisa linda! O Mestre maior tem um objetivo. Sua vida é pra ser vivida dentro de uma ação pré determinada. Costumo dizer que a discussão sobre predestinação existe há muito tempo, mas todos os adeptos a essa calorosa discussão se curvam diante da assertiva: Jesus foi um predestinado. Predestinado a morrer morte de Cruz, predestinado a não pecar, predestinado a salvar, predestinado a amar, amar incondicionalmente...

Quero compartilhar três pontos sobre a descida e entrada de Jesus na casa de Simão, o fariseu:

(a) Não há circunstâncias pecaminosas que superem o amor de Jesus

Simão, o fariseu, rogou ao Mestre que entrasse em sua casa. Depreende-se desse texto que houve uma pré disposição no fariseu em rogar. Ele não pede, ele roga, implora.

Confesso que minha mente não concebe a idéia de que Jesus só entrou na casa de Simão porque houve esse dito "rogo". Acredito, piamente, que o Mestre permitiu ao fariseu rogar para que houvesse um processo de humilhação por parte desse pecador.

Não se pode negar o fato de que Jesus, ao entrar na casa de simão, desce às partes mais baixas, no contexto religioso. Entende-se, portanto, que não há circunstâncias pecaminosas que superem o amor de Jesus. Ele vai aonde está o mais terrível pecador. Seu objetivo é se revelar, é se apresentar como aquele que ama.

Foi assim que fomos atingidos pelo Senhor. Ele desceu até aonde estávamos (ou alguém acredita que, por si só, subiu aonde Jesus estava e se entregou a Ele?), e ali, naquela lama pecaminosa, encontrou-se conosco.

(b) Ele trata o homem como homem

É óbvio que muitos dos que ali estavam, pensaram a respeito do comportamento não muito convencional do Mestre; mas esse seria sempre o seu comportamento. Ele não faz distinção entre homem e homem.

Nós é que temos esse comportamento de sub dividir os homens em classes. Para a humanidade, o ser humano está dividido em classes; para a igreja, os homens estão divididos em classes; mas para Jesus não há divisão. Jesus olha e vê o homem dependente de seu amor.

Quando Ele entra na casa de Simão, Ele trata Simão como Simão. Um fariseu, com a lepra da hipocrisia, corrompido e dependente de seu amor salvífico. Não há como não entender que esse seria o tratamento que Jesus daria a Simão, pois sempre foi assim.

Muitas vezes não compreendemos por que recebemos do Senhor determinado tatamento; daí começamos a nos preocupar. Somos confrontados e isso nos leva à indagações profundas. Sabe?

Isso não é nada. Ele trata-nos como somos. Somos homens.

(c) Ele vai aonde o homem está

Foi o Mestre mesmo quem disse que os sãos não precisam de médicos, mas, sim, os doentes. Desta forma, compreende-se que Ele vai aonde o homem necessitado se encontra.

Ninguém consegue dar um passo em direção ao Senhor por vontade própria; logo, sempre é Ele quem dá o primeiro passo. Não interessa a Jesus aonde o homem esteja, Ele vai ao encontro do homem.

O que acontece depois, em relação à mulher, é algo maravilhoso e que nos revela grandes lições de amor, mas é fruto de um acontecimento marcante - Jesus na casa de um fariseu com a lepra da hipocrisia.

Que o Senhor nos ajude a compreender seu grande e imensurável amor!

Sola Scriptura.

WJ