Senhor, ajude-nos a cairmos sempre prostrados aos seus pés em sinal de constrangimento, submissão e amor!



sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2011: ACREDITO NA IGREJA

Sei que soa estranho um amante do estudo sistêmico, tanto da Bíblia como da Teologia histórica, acreditar na Igreja, quando deveria acreditar e crer apenas em Cristo, a essência da Igreja.  Então, deixa eu melhorar o que quero dizer:  Acredito na Santa Igreja.  Piorou?  Se há alguém que pense dessa forma, quero salientar que são para pessoas assim que dirijo este texto.

Quando se fala em acreditar na Igreja, fala-se em acreditar que a igreja institucional, cuja postura ética está tão discutida e posta em dúvida, pode e tem tudo para voltar aos princípios que desde muito a nortearam.  É sabido, perfeitamente, que a essência da igreja é Cristo, e que é nele que se deve confiar incondicionalmente; no entanto, o termo "acreditar na igreja" vem ao encontro dos pressupostos sagrados que defendem a Igreja como sendo o "corpo de Cristo"; logo, eu acredito no corpo de Cristo, no seu poder e na sua essência.

Há uma necessidade de se entender que ainda se vive momentos de puro legalismo, onde a aparência é muito mais valorizada que a essência.  Às vezes me pego pensando no fato de em pleno século 21 vivermos momentos em que irmãs pedem perdão à igreja pelo fato de aparar as pontas do cabelos (apenas como exemplo).  Sei que muitas fazem isso num ato puro de crença naquilo que entendem ser fidelidade, e não tenho por pretensão alguma ferir a fé de pessoas assim; mas o que chamam minha atenção são as lideranças que temos.  Que tipo de igreja teremos, quando nossas lideranças não são visionárias, muito pelo contrário.  Temos uma liderança que por não ter conhecimento e espiritualidade sadias, defendem sua autoridade nas bases do medo.

Há uma necessidade de se entender que igreja não é empresa de família.  Há Mesa Diretora; Corpo Ministerial; Conselhos, enfim.  Não podemos mais compartilhar com ideias que solidifiquem posicionamentos feudais.  Assuntos de ordem ministeriais são discutidos e deliberados em plena reunião de família.  Não há o respeito aos obreiros que doam tempo, sacrificam muitas vezes suas próprias famílias para atenderem às solicitações da presidência.  Não há o entendimento por parte dessa liderança falida que a Igreja é do Senhor.  Eles não creem mais nisso!!

No entanto, ainda assim acredito na Igreja, e acredito, exatamente porque a Igreja é do Senhor.  Creio que o Senhor está levantando uma geração que vai se posicionar como verdadeiros mensageiros da verdade cristã.  Martin Luther king tinha razão quando afirma que seu maior temor não estava nos barulhos produzidos pelos "anarquistas", mas pelo silêncio de quem deveria falar.  Não podemos nos calar; a Igreja não vai se calar. 

Acredito numa igreja que se levantará contra os postulados pregados por uma liderança falha. 

Accredito numa igreja que não compartilhará com decisões que firam os preceitos sagrados.

Acredito numa igreja que não aceitará ser vendida, trocada ou barganhada por políticos sujos e sem pudor.

Acredito numa igreja que mostrará sua "cara" e fará cumprir os ideais de Cristo.

É nessa igreja que acredito; a igreja de Jesus.  Esta se levantará, na vida de homens e mulheres que estão por aí, no meio do povo e não dobra seus joelhos diante dos "baals" do século 21.

É isso.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

SOREN AABYE KIERKEGAARD E A "TEOLOGIA EXISTENCIALISTA"

Soren Kierkegaard foi um teólogo dinamarquês, que viveu apenas 42 anos.  Sabe?  Sou "apaixonado" por quem vive pouco e produz muito; falo de homens como:  Tomas de Aquino (49 anos:  1225-1274); David Brainerd (29 anos:  1718-1747); Castro Alves (24 anos: 1847-1871); dentre muitos outros.  Minha paixão por tais homens vai no sentido de que eles conseguiram não somente passar pela vida, mas fazer a história acontecer na sua forma mais plena e digna.  Contribuíram para que a história humana fosse mais linda.

Kirkegaard foi um homem assim.  Sétimo filho de um casamento que já durava muitos anos – nasceu em 1813, quando o pai, rico comerciante de Copenhague, tinha 56 e a mãe 44 –, chamava a si mesmo de "filho da velhice" e teria seguido a carreira de pastor caso não houvesse se revelado um estudante indisciplinado e boêmio. Trocou a Universidade de Copenhague, onde entrara em 1830 para estudar filosofia e teologia, pelos cafés da cidade, os teatros, a vida social.

Foi só em 1837, com a morte do pai e o relacionamento com Regina Oslen (de quem se tornaria noivo em 1840), que sua vida mudou. O noivado, em particular, exerceria uma influência decisiva em sua obra. A partir daí seus textos tornaram-se mais profundos e seu pensamento, mais religioso. Também em 1840 ele conclui o curso de teologia, e um ano depois apresentava "Sobre o Conceito de Ironia", sua tese de doutorado.

Não estudo Kierkegaard somente pela sua vida boêmia, muito pelo contrário, estudo-o pelo seus escritos da maturidade; aceitando, óbvio, a forte influência de sua melancolia que o consumia desde criança.  No entanto, o que marca a vida desse teólogo é a sua capacidade de ver adiante de seu tempo.  Lutou contra os pressupostos práticos da Igreja Luterana (oficial) de seu tempo; teve muitos embates com a liderança da igreja para fazer valer seu posicionamento sobre a espiritualidade.  Defendeu a tese do "salto da fé", em que acreditava que aceitar o cristianismo seria semelhante a dar um salto para um patamar sobrenatural não compatível com as vicissitudes de seu tempo.

Acredito nisso!  Acredito que esta seja uma mensagem para hoje; acredito que ainda hoje precisamos do salto da fé.  Acredito que precisamos trazer para esse patamar mundano em que vivemos as marcas e características do patamar de Cristo, e isto só será possível através do "salto"; do compromisso embasado na confiança de que Cristo existe e os valores espirituais também.

É isso, por enquanto.

WJ