Soren Kierkegaard foi um teólogo dinamarquês, que viveu apenas 42 anos. Sabe? Sou "apaixonado" por quem vive pouco e produz muito; falo de homens como: Tomas de Aquino (49 anos: 1225-1274); David Brainerd (29 anos: 1718-1747); Castro Alves (24 anos: 1847-1871); dentre muitos outros. Minha paixão por tais homens vai no sentido de que eles conseguiram não somente passar pela vida, mas fazer a história acontecer na sua forma mais plena e digna. Contribuíram para que a história humana fosse mais linda.
Kirkegaard foi um homem assim. Sétimo filho de um casamento que já durava muitos anos – nasceu em 1813, quando o pai, rico comerciante de Copenhague, tinha 56 e a mãe 44 –, chamava a si mesmo de "filho da velhice" e teria seguido a carreira de pastor caso não houvesse se revelado um estudante indisciplinado e boêmio. Trocou a Universidade de Copenhague, onde entrara em 1830 para estudar filosofia e teologia, pelos cafés da cidade, os teatros, a vida social.
Foi só em 1837, com a morte do pai e o relacionamento com Regina Oslen (de quem se tornaria noivo em 1840), que sua vida mudou. O noivado, em particular, exerceria uma influência decisiva em sua obra. A partir daí seus textos tornaram-se mais profundos e seu pensamento, mais religioso. Também em 1840 ele conclui o curso de teologia, e um ano depois apresentava "Sobre o Conceito de Ironia", sua tese de doutorado.
Não estudo Kierkegaard somente pela sua vida boêmia, muito pelo contrário, estudo-o pelo seus escritos da maturidade; aceitando, óbvio, a forte influência de sua melancolia que o consumia desde criança. No entanto, o que marca a vida desse teólogo é a sua capacidade de ver adiante de seu tempo. Lutou contra os pressupostos práticos da Igreja Luterana (oficial) de seu tempo; teve muitos embates com a liderança da igreja para fazer valer seu posicionamento sobre a espiritualidade. Defendeu a tese do "salto da fé", em que acreditava que aceitar o cristianismo seria semelhante a dar um salto para um patamar sobrenatural não compatível com as vicissitudes de seu tempo.
Acredito nisso! Acredito que esta seja uma mensagem para hoje; acredito que ainda hoje precisamos do salto da fé. Acredito que precisamos trazer para esse patamar mundano em que vivemos as marcas e características do patamar de Cristo, e isto só será possível através do "salto"; do compromisso embasado na confiança de que Cristo existe e os valores espirituais também.
É isso, por enquanto.
WJ
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