Não me proponho, neste artigo, a fazer uma abordagem teológico-acadêmica sobre o assunto em questão, muito embora entenda que qualquer abordagem seja de cunho acadêmico; o que desejo mesmo é apresentar, de forma muito sucinta, a possibilidade ou não de se harmonizar essas posições aparentemente contraditórias.
Li, recentemente, um artigo que afirmava possível acreditar na soberania absoluta de Deus e no livre arbítrio do homem. É importante salientar que essa discussão remonta aos tempos mais antigos do cristianismo. Já no primeiro século, os apóstolos e os defensores da fé evangélica enfrentaram esse assunto de tal forma que Paulo, João e Pedro escreveram sistematicamente sobre tal assunto. Então, se a Bíblia desenvolve o assunto com exaustão, por que discutirmos e desenvolvermos escolas ao longo do tempo?
O que devemos ter em mente é a inspiração total do texto, não sua leitura e interpretação. Há linhas diferentes de pensamentos que devem ser respeitadas. Sento-me à mesa e comungo com muitos amigos que pensam diferente de mim sobre tais questões, pois entendo serem, apenas, questões de cunho acadêmico-teológicas.
No entanto, meu pensamento é que a soberania de Deus está acima e rege o arbítrio humano. Sendo Deus total e indiscutivelmente soberano em suas ações e feitos, não há como aceitar que o homem - passivo no processo - tenha qualquer tipo de atitude que vislumbre participação ativa. Não há como associar e mesclar a soberania de Deus com o livre arbítrio humano. Isso não significa que o homem não possa arbitrar em questões institucionalmente pessoal; destarte, fica o homem responsável pelos seus atos, colhendo sempre o que semeia. Agora, em questões superiores, a palavra final está com Deus. A doutrina da salvação pertence ao segundo grupo de questões, em que a soberania de Deus sobrepõe às atitudes humanas, pois a salvação é um ato de e em graça; qualquer pensamento contrário, por mínimo que seja, a esse axioma bíblico, faz da salvação um ato meritório, ferindo, assim, os princípios sagrados.
Não podemos ser extremistas, quanto às escolas teológicas. Alguém disse que o diabo está nos extremos. Precisamos adotar um meio termo que não comprometa os princípios sagrados. A soberania de Deus está acima de todas as outras questões.
É isso, por enquanto.
Sola Scriptura.
6 comentários:
Quando falamos da soberania de Deus entendemos que somos barros que amassado pelo o oleiro que é Jesus, nos concede formas sem rachaduras e sem marcas para sermos usado na obra do Senhor, refletido a maravilhosa luz de cristo.
Se pensarmos que somos barros, e que Deus nos dá forma singular, mas que quando nos afastamos dos propósitos de Deus, nos afastamos dos planos perfeito que Senhor propõe para nós.
Só que mesmo entendendo essa condição de barro, oleiro, as vezes no viés da vida, nos distanciamos daquilo que Deus planejou para nós, por ignorância, talvez por não entendermos, fazemos vista grossa ao plano perfeito de Deus. Na minha concepção eu penso que existem a vontade soberana e a vontade permissiva do Senhor, que independente dos planos perfeitos do Senhor ele não interfere na nossa decisão, ele nos respeita permitindo as nossas escolhas, mesmo que nos decepcionamos, e no futuro reconheçamos que deveríamos ter seguido outro caminho, termos feito outras escolhas; e que pagaremos o preço da desobediência, uma vez que compreendemos que a colheita que fazemos e de total responsabilidade nossa, pois somos nós quem escolhemos os grãos da nossa semeadura.
Quando eu penso na vontade permissiva do Senhor, eu vejo como se Deus falasse vai...,você quer eu deixo... mas os meus planos para sua vida são outros, são diferentes, mas ele te respeita mesmo que provavelmente ele retornará com você ao ponto inicial que é a vontade soberana de Deus, e muitas vezes esse retorno te trará detonado, pois a caminha seguindo os planos perfeitos de Deus já é difícil imagina fazendo o inverso, é o que eu penso me corrija se eu estiver errado.
É um assunto complexo.
Paz, irmã Suzi, e muito obrigado pela leitura e comentário no blog. Verdadeiramente, trata-se de um tema muito polêmico, e por isso mesmo um tema atraente. Requer estudo, seriedade e compromisso.
Deus abençoe a irmã.
Pr. william, mas esse seria o pensamento mais coerente sobre esse assunto? ou existe uma outra linha de pensamento sobre vontade permissiva e vontade soberana?
fique na paz.
Irmã Suzi, paz.
Você pensa corretamente quando afirma e desenvolve o pensamento das vontades permissiva e soberana de Deus; no entanto, cabe ressaltar que há uma linha imaginária que dividem essas vontades. Discorro sobre esse assunto quando falo que a possibilidade do homem arbitrar está nas questões institucionalmente pessoal, aí se desenvolve a vontade permissiva de Deus.
Quando o Senhor quer tratar conosco, ele é soberano, mas por não nos induzir ao pecado, Ele permite que pequemos e sejamos influenciados até mesmo pelo diabo. O espinho na carne de Paulo é um exemplo perfeito.
Obrigada pastor, deu para esclarecer bem os meus questionamentos.
Que Deus continue abençoando sua vida e te usando nesse ministério.
Acredito que somos separados pela graça misericordiosa de DEus.Vivemos por fé, acreditando nos ensinos bíblicos de um providência invisível, imperceptível, silenciosa, inaudível, que guia nossos passos. Buscamos compreender e aprender a ver além daquilo que nossos sentidos,emoções e experiência parecem confirmar, que é o pleno livre arbítrio.
Viver uma soberania de Deus declarada na sua vida, é muitas das vezes, ou quase sempre não parar para indagar principios teológicos que controlam as escolhas,para que possa fazer as escolhas que são mais acertadas. Mas, não mais me pergunto "qual a escolha mais acertada para mim?", essa pergunta pode nos paralisar, como calvistas, pois para nós ela só teria uma resposta se eu for em frente e escolher. Sei que no final, Deus terá realizado seu plano bom, sábio e perfeito na minha vida.É nisso que creio.
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