Como é do conhecimento de todos os leitores dos blogs angrenses, há um debate sério e empolgante sobre a Feira Angra Expo. No blog "O Sacerdote", foram postadas algumas ponderações, minhas e do meu amigo particular Pr. Pedro Lucena. Quero, em primeiríssimo lugar, fazer mais que notório, que minhas divergências com os organizadores da Angra Expo e, por ora com o Pr. Pedro Lucena, ocorrem apenas no campo das ideias. Somos maduros o suficiente para entendermos que jamais a exposição do contraditório interferirá no nosso relacionamento solidificado nas bases do amor, da amizade e do compromisso cristão. Em segundo lugar, quero externar o fato dessa "discussão ideológica" ocorrer na esfera dos blogs. Penso que foi por esse caminho que o tema foi levantado e deve ser por aqui sua discussão, seu debate e embate respeitosos.
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Após ler o pronunciamento do Pr. Pedro Lucena (o primeiro - aqui), vi-me impelido a responder, o que fiz dentro de um contexto. Em seguida o referido amigo, fez suas constatações, a que respondo, desta vez em meu blog. Não mais responderei no blog "O Sacerdote", por entender que aqui coloco um ponto final nesta divergência específica com meu amigo Pr. Pedro Lucena - Não com o que exigo dos organizadores da Angra Expo.
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Primeiro, penso que o Pr. Pedro Lucena é uma pessoa muito esclarecida, com curso superior, inclusive uma Pós Graduação em nível de Doutorado (em Teologia pela EPOE - uma Instituição de Ensino Teológico conceituadíssima), e exatamente por isso não deveria deixar de ler meu posicionamento dentro do contexto em que está inserido esse bom debate. Quando afirmo sobre a prestação de contas, falo nos viés que exige o evangelho - ou seja - falo categoricamente no contexto da TRANSPARÊNCIA. Nunca, desde o princípio desse debate, iniciado pelo amigo Adelson Pimenta e por mim, exigimos a prestação das contas, até por que acreditamos que o CPAR, primeiro e a OASIS posteriormente, já o fizeram, o que sempre exigimos foi sua SOCIALIZAÇÃO, ou seja, sua transparência, a apresentação e exposição dos números. Meu amigo pastor, o amado sabe perfeitamente que se trata de injeção de verbas públicas em eventos particulares. Na reunião em que participei sábado, o ex prefeito Fernando Jordão apareceu e disse que a injeção para a Angra Expo - 2010, foi no montante de R$ 600.000,00 (Seiscentos mil Reais). Estamos falando em mais de meio milhão de reais. Exigimos a transparência efetuada na forma de exposição e socialização dos números. Onde gastaram e em que gastaram.
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O Pr. Pedro Lucena, meu amigo particular, membro da mesma Convenção, se não me engano é acadêmico em Letras (ou foi?, caso não seja, perdoe-me) e formado em Teologia, além de Bacharel em Administração. Trago essas referências curriculares para que usemos do saber acadêmico, tanto da Literatura como da Teologia, para entendermos o que disse quando afirmo: "quero reafirmar que não me interessa, enquanto evangélico, saber o que outras instituições fazem".
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No estudo de Literatura, aprendemos que a interpretação de qualquer texto não cabe a quem o escreve, mas ao leitor; no entanto, o leitor não deve, sob pena de ferir sua interpretação, fugir ao seu contexto. De igual modo, a Hermenêutica Bíblica afirma em sua terceira regra que "é fundamental sempre consultar o contexto". Todos nós, estudantes de Teologia ou acadêmicos em Letras sabemos que a leitura de um texto fora de seu contexto é um enorme pretexto para que se fundamente uma grande mentira ou heresia.
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É isso que entendo do escrito do amado amigo e pastor, pois o contexto em que o texto supra foi inserido não é o contexto em que o Pr. Lucena me insere - como um ser que não se preocupa com o bom andamento dos recursos de minha cidade, muito pelo contrário. Somos seres inteligentes e, por isso mesmo, repudio veementemente tal interpretação. A leitura do meu texto deve ser feita dentro do contexto em que o bom debate está inserido. No entanto posso reproduzi-lo de forma mais simples para que o amado pastor e todos quantos não querem fazer uso do conhecimento hermenêutico possam entendêl-o.
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Minha palavra vai no sentido de que não há um interesse, nesse contexto, em sabermos se A ou B fazem socialização ou exposição das prestações de contas, cabe a nós enquanto cristãos fazermos. Aliás, cabe a nós fazermos, enquanto homens compromissados com os ideais da legalidade. Um erro nunca justificou e nunca justificará outro. A esfera de se cobrar outras Instituições pode até ser essa dos blogs, mas não cabe nesse contexto. O que estamos debatendo de forma ineligente e respeitosa é a postura de uma Instituição que abarca um valor exorbitante para a realização de um evento dito evangélico, logo envolve todo um movimento, sobre o qual eu estou inserido, por isso me sinto na obrigação de me expor, e ainda não apresentou para a sociedade a prestação que o amado irmão diz que a mesma fez (e acredito nisso).
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Para encerrar, somos muito mais exigidos pela sociedade do que qualquer outra instituição não evangélica, por que somos Igreja que defende a postura ética e moral; defendemos ideais sagrados. O "mundo" vai nos cobrar e não vejo como bom para o evangelho indagações sem respostas, isso abre precedentes perigosos.
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É o que penso,
William de Jesus, Pr.
Não faço parte do CPAR e nunca fiz parte
de qualquer Conselho que realize a Angra Expo.
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