Confesso que lutei contra mim mesmo na tentativa de não mais me posicionar sobre a Expo Angra; no entanto, o amor, o zelo, a ideologia, a práxis e a luta inconteste por uma teologia genuinamente bíblica e prática me levaram a, mais uma vez, debruçar sobre as páginas, tomar uma caneta e expor, de forma objetiva e coerente, algumas reflexões sobre esse tema. Alio a tudo isto, o belo artigo que li no blog do meu amigo particular Adelson Pimenta (Artigo na íntegra). Um artigo desprovido de qualquer tendência que não seja a firmação do correto; um artigo que nos leva, enquanto líderes de uma gama que abrange cerca de 25% da população angrense - os evangélicos-, no mínimo a uma reflexão profunda e des-preconceituosa, na luta incansável para um futuro menos inglório para o "evangelho" em nossa cidade.
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Já expus em artigos anteriores, pois minha voz ecoou, dentre os primeiros, sobre esse tema, meu pensamento alicerçado no que vejo e no que defendo, enquanto amante do estudo sistemático da sã doutrina. Reafirmo aqui que não sou contrário à ideia de se realizar uma Expo voltada para o movimento evangélico, pois representamos (entre filiados a uma igreja, afastado por motivos particulares e simpatizantes) mais de 50% da população de Angra. É mais do que justo que o poder público olhe, portanto, para essa fatia da sociedade do mesmo modo como olha para a outra quando realiza a festividade de final de ano e do carnaval (em ambos os festejos há a injeção de dinheiro público). Caso alguém defenda a tese de que os festejos de final de ano e carnaval são para toda a comunidade angrense, é sabido que, por razões estritamente de fé, os evangélicos jamais participariam (ainda que não condenem quem participe); doutra maneira, a Expo Angra também é para toda comunidade angrense.
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Penso que mais uma vez o evangelho sagrado sofrerá perdas incalculáveis:
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a) Por que a gerência estrutural e financeira não fica com a Secretaria de Cultura ou outro órgão do governo? Destarte, caberia ao governo municipal à prestação de contas, diga-se de passagem, "a pedra no calcanhar de Aquiles" desde nossa primeira Expo. Nessa linha de pensamento, vejo-me no intuito de me deixar conduzir pelos meandros das conjecturas a refletir ainda sobre o fato do próprio poder público ainda não ter se manifestado sobre o assunto. Por quê? Estaria se resguardando para alguma eventual ruptura política futura?
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b) Por que nossos líderes não fazem diferentes do que tudo que já foi feito até hoje "na história dessa cidade", estampando nas páginas dos jornais de maior circulação na cidade a prestação das contas e, fosse o caso, a devolução aos cofres públicos dos recursos não utlilizados? Isto posto, sou novamente conduzido à outras conjecturas: é isso mesmo que alguns ditos líderes desejam? Seria esse mesmo o caminho a ser percorrido, ou o olhar fixo e descompromissado com o sagrado (mais uma vez), fá-los leem que esta é a porta que o Senhor abriu para o progresso?
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c) Por que se percebe nitidamente o esvaziamento por parte de algumas lideranças das igrejas maiores em nossa cidade à frente dessa Expo Angra? Estaria chegando à conclusão de que esse não é o verdadeiro caminho a ser percorrido? Por que a massa evangélica já não está "comprando" a idéia de uma Expo como outrora?
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d) O casamento da Igreja com o Estado sempre fez mal à Igreja, é só analisar os anais da história e constatar, então, por que aqui nessa cidade há um grupo (mesmo que pequeno e que representa uma minoria da massa evangélica) que persiste nesse casamento?
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Enfim, cabe ressaltar que essas são reflexões sob a perspectiva bíblica e teológica, para uma reflexão político-social, recomendo a leitura do artigo publicado pelo meu amigo Adelson Pimenta. No entanto, não posso me calar, pois tenho absoluta certeza de que próximo, muito mais próximo do que pensamos, alguém trará a conta. Caberá a quem deve, pagá-la, mas sempre respinga alguma coisa sobre o evangelho.
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Minha conclusão vai na tentativa de que a direção da Expo faça uma reflexão do que foi feito, pese os prós e os contras a fim de que se chegue a um denominador comum, pois não vale a pena barganhar o sagrado nem pelo mundo todo pesado em ouro.
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Sola Scriptura.
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WOJ
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