Senhor, ajude-nos a cairmos sempre prostrados aos seus pés em sinal de constrangimento, submissão e amor!



segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

ENTÃO ENTENDI O FUTURO DOS ÍMPIOS!


"Quando pensava em compreender isto, fiquei sobremodo perturbado; até que entrei no santuário de Deus; então, entendi eu o fim deles."
Asafe no Sl 73.16,17

Este é um Salmo que chama muito minha atenção; confesso que já fiquei noites meditando nesse texto e orando, deleitando-me diante do Senhor.  É um salmo de contrição, respeito à soberania de Deus  e ao santo ministério.  É um texto que nos leva à introspecção de tal modo que coloca diante de nós, como um filme em tela gigantesca de cinema com imagem digital, toda nossa incapacidade de sobrassair aos mais diversificados tipos de problemas, sejam de ordem material ou espiritual.

O salmista Asafe faz uma descrição minuciosa do que é passar no vale das lágrimas e no ciclo vicioso da incapacidade humana.  Seu contexto está na inserção  de um homem chamado pelo Senhor para ser líder do ensino religioso e musical de sua comunidade, ver o sucesso promissor do ímpio, enquanto sua vida se esbarrava na incapacidade de viver plenamente a felicidade nos seus moldes.  Asafe, até aquele momento, entendia que o servir incondicional ao Senhor era pressuposto para uma vida de regalias.  Penso que ele estivesse lançando as bases do que viria a ser os pressupostos da Teologia da Prosperidade, em voga com muita força nos dias atuais, mas condenada pela Teologia Tradicional e Reformada.

Como se isso não bastasse, Asafe passa a remoer tal pensamento ao ponto de viver no ciclo das lágrimas, tornando presa fácil das doenças psicossomáticas; as lágrimas o levavam a uma rotina de agonia, tristeza e angústia.  Caracteres invisíveis que desembocavam em atitudes de grosserias.  Ele afirma que passou a ministrar aos seus alunos aquilo que não acreditava mais.  Sou professor e sei, perfeitamente, que não há como se ensinar com veemência aquilo que se não crê.  É mais do que hipocrisia; é uma afronta consciente àquilo que o homem tem de mais importante: a sua fé. Assim age Asafe (v. 15), para não ferir a fé dos seus alunos, ele fere a si próprio, suas próprias convicções de fé.

No entanto, no dia em que ele entra no santuário de Deus, entende o fim dos ímpios.  Pode até ser que o salmista tenha literalmente entrado no santuário de Deus, mas a entrada aqui não é de corpo, mas de espírito.  Fala de posição diante do Senhor.  Cada um de nós pode entrar no santuário de Deus, tal qual Asafe, no quarto, no gabinete, na biblioteca, na rua, no setor do trabalho, na conversa sadia; porque esta entrada é semelhante àquilo que Jesus falou à samaritana (Jo 4), "... os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade...", ou seja, o problema não é geográfico, mas de posicionamento diante de Deus.

Há um ataque aos postulados da Teologia da Prosperidade, pois Asafe entende, então, que a vida dos ímpios não reflete merecimentos de fé; enquanto a vida dos santos deve ser controlada pelo Espírito e dele sofrer total dependência.  Se ele quiser que tenhamos recompensas materiais, tê-la-emos, mas se desejar que passemos por vales, passá-los-emos.  Precisamos entender que não se trata de causa e consequência, a gente se entrega ao Senhor e Ele abre as portas de todas as sortes de bênçãos materiais; as bênçãos que alcançamos, por consequência, são a dependência total do Senhor aqui e o futuro em glória com Ele.

Há uma necessidade mais que urgente de entendermos o futuro dos ímpios para que não tenhamos inveja, nem caiamos no ciclo de Asafe.

É isso.

WJ

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