“Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: Os profetas profetizam falsamente, os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles, e o meu povo assim o deseja. Mas o que fareis quando chegar o fim?”
Jr 5.30,32
Jr 5.30,32
A Igreja mística de Jesus não tem outra mensagem a pregar, outra atitude que não seja anunciar o evangelho da cruz. Sem sombra de dúvida, esta é a sina da Igreja. O evangelho completo ao homem completo; o evangelho todo a todo homem.
Quando Jesus disse que “as portas do inferno não prevalecerão contra minha igreja” (Mt 16.18), com toda certeza, estava profetizando sobre o processo de morte e ressurreição – caracteres visíveis e cruciais na teologia da salvação -, e sobre as arrebatadoras lutas e entraves, pelas quais sua Igreja passaria.
As artimanhas do adversário maior, na tentativa de impedir o avanço acelerado da Igreja ao longo da história, foram enormes e crescentes. Essas tentativas sempre passaram pela luta incansável em distanciar o evangelho da cruz. Quando a cruz sempre foi símbolo e marca no evangelho puro e sadio de Cristo, o diabo luta para ofuscar esse brilho. No mesmo texto de Mt. 16.13-23, Jesus assevera acerca de sua ida a Jerusalém, sofrer, padecer e morrer a fim de ressuscitar. A cruz estava nos planos de Deus já desde o princípio, como afirma o apóstolo Paulo em Fl 2.8: “E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”.
a) Os modernistas dos dias de Spurgeon
Charles Haddon Spurgeon (1834-92) foi o mais conhecido pregador da Inglaterra pela maior parte da segunda metade do século dezenove. Em 1854, apenas quatro anos após sua conversão, Spurgeon, então com apenas vinte anos, se tornou pastor da famosa Igreja Batista de New Park Street em Londres (anteriormente pastoreada pelo grande teólogo John Gill). A congregação rapidamente cresceu mais do que seu prédio poderia comportar, mudando-se então para o Exeter Hall, e de lá para o Surrey Music Hall. Nestes locais Spurgeon freqüentemente pregou para audiências com mais de 10.000 pessoas - e tudo isto em dias anteriores ao advento da amplificação eletrônica. Em 1861 a congregação se mudou definitivamente para o recém construído Tabernáculo Metropolitano.
Spurgeon foi um exímio pregador que confrontava o evangelho da cruz. Não aceitava que qualquer tipo de mensagem ferisse o cerne do evangelho – a mensagem da cruz. Sobre a adaptação da mensagem ao moderno de sua época, ele salientou:
“A idéia de um evangelho progressista parece ter fascinado a muitos. Para nós, essa idéia é uma espécie de híbrido de tolice com blasfêmia. Depois do evangelho ter se mostrado eficaz na salvação eterna de incontáveis multidões, parece tarde para querer muda-lo; e, visto que ele é a revelação de um Deus todo-sábio e imutável, parece um tanto audacioso tentar aprimora-lo. Quando trazemos à memória os cavalheiros que se propuseram a essa tarefa presunçosa, sentimo-nos bastante inclinados a rir; é como a proposta de toupeiras para melhorar a luz do sol...”
Spurgeon com sua mensagem sólida, revolucionou a segunda metade do século XIX. Levou até as últimas conseqüências, mas não usurpou, trocou ou barganhou com o evangelho da cruz.
b) O pragmatismo moderno
Hoje, estamos diante do pragmatismo, dos métodos folosóficos, sociológicos, etc e tal para se fazer a igreja crescer. Tentam adequar a mensagem do evangelho ao público. Não pode ser uma mensagem que fira os ouvidos, que cause dor ou algo parecido. Algumas igrejas hoje mais parecem auditórios repletos de pessoas desejosas para ouvirem exatamente aquilo que o pregador vai falar. Isto se dá pelo fato do pregador falar exatamente aquilo que o auditório deseja ouvir. O evangelho da cruz é diferente. Aqui o pregador fala o que o auditório precisa ouvir; necessita ouvir.
Sobre contextualizar a mensagem, ou seja, amoldar o evangelho àquilo que o público deseja ouvir, afirmou, acertadamente, John F. MacArthr Jr.:
“ (...) Em contraste, a ‘contextualização’ do evangelho em nossos dias infectou a igreja com o espírito desta época. Escancarou as portas da igreja para o mundanismo, para a superficialidade e, em alguns casos, para uma grotesca atmosfera de festividade. Agora é o mundo que dita a agenda da igreja.”
Pode até ser difícil, mas a batalha está travada. Como asseverou o profeta Jeremias: “Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra.” Não se trata de estratagemas para uma terceira guerra mundial ou algo de maior (sob a ótica humana) gravidade, não. É a união dos profetas e sacerdotes, sob a liderança do adversário maior para ludibriar o povo com um evangelho barato, sem cruz.
Acredito no evangelho da cruz por que:
1) É o evangelho bíblico
Paulo fala aos corintos: “Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Pois nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (1 Co 2.1,2). O evangelho da cruz foi sempre a mensagem de Paulo. Nunca o apóstolo adequou o evangelho para acomodar a quem tivesse ouvindo. Para Paulo o evangelho sempre foi o evangelho da cruz, com suas marcas próprias.
Ainda que alguns hoje tentem amordaçar o evangelho, amenizar sua mensagem, contextualizar sua doutrina, o evangelho da cruz sempre apontará o pecado, contrastará o erro e mostrará o verdadeiro caminho (At. 4.12). O evangelho da cruz traz prejuízos a todos que queiram usufruir de forma ilícita. Ninguém ganhou com o evangelho, muito pelo contrário.
Às vezes me pego pensando: se o apóstolo Paulo (ou qualquer outro apóstolo) vivesse em nossos dias...
2) É o evangelho que não aceita barganha
“Os profetas profetizam falsamente, os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles, e o meu povo assim o deseja”.
Que coisa horrorosa! Mas é o que se presencia nos dias atuais, nos dias do pragmatismo. Pastores cedendo os púlpitos para que pregadores preguem exatamente aquilo que os pastores desejam ouvir. Os ouvintes gritam, sapateiam, esperneiam, tudo em nome de um poder que não sei de onde vem. Vivemos a máxima: “Ele finge que prega, a gente finge que entende.” Paulo na sua carta pastoral, admoestou Timóteo, dizendo “... porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo coceira nos ouvidos, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças...” (2 Tm 4.3). É exatamente isso que presenciamos nos dias atuais. Pregação sem cruz; mensagem que faz cócegas aos ouvidos e satisfazem plausivelmente os ouvintes.
Há uma verdadeira barganha com o evangelho. Estão barateando a graça preciosa do Senhor.
3) É o evangelho da prestação de contas
“Mas o que fareis quando chegar o fim?”
O evangelho da cruz é o evangelho do caminho do Senhor. Paulo fala aos Cotintios sobre suas dificuldades (2 Cor 11). Caso o caminho do Senhor nos leve ao enfrentamento, à solidão, nada pode nos impedir de pregar o evangelho puro, o evangelho da cruz. Não podemos, em nome de um retorno financeiro ou reconhecimento trocar a mensagem do evangelho.
Quando chegar o fim, muitos dos que se dizem pregadores e portadores das verdades eternas se verão face a face com o Senhor, e não poderão fugir àquilo que o próprio Mestre lhes dirá.
Entendo que não podermos fugir a nossa sina, anunciar o evangelho da cruz. O evangelho sem engodo, sem mistura. Como afirma Francis Schaeffer: “Acomodar-nos ao espírito reinante no mundo contemporâneo é a forma mais grotesca de mundanismo, no sentido mais pleno da palavra”.
Que Deus nos abençoe!
Sola Scriptura.
Quando Jesus disse que “as portas do inferno não prevalecerão contra minha igreja” (Mt 16.18), com toda certeza, estava profetizando sobre o processo de morte e ressurreição – caracteres visíveis e cruciais na teologia da salvação -, e sobre as arrebatadoras lutas e entraves, pelas quais sua Igreja passaria.
As artimanhas do adversário maior, na tentativa de impedir o avanço acelerado da Igreja ao longo da história, foram enormes e crescentes. Essas tentativas sempre passaram pela luta incansável em distanciar o evangelho da cruz. Quando a cruz sempre foi símbolo e marca no evangelho puro e sadio de Cristo, o diabo luta para ofuscar esse brilho. No mesmo texto de Mt. 16.13-23, Jesus assevera acerca de sua ida a Jerusalém, sofrer, padecer e morrer a fim de ressuscitar. A cruz estava nos planos de Deus já desde o princípio, como afirma o apóstolo Paulo em Fl 2.8: “E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”.
a) Os modernistas dos dias de Spurgeon
Charles Haddon Spurgeon (1834-92) foi o mais conhecido pregador da Inglaterra pela maior parte da segunda metade do século dezenove. Em 1854, apenas quatro anos após sua conversão, Spurgeon, então com apenas vinte anos, se tornou pastor da famosa Igreja Batista de New Park Street em Londres (anteriormente pastoreada pelo grande teólogo John Gill). A congregação rapidamente cresceu mais do que seu prédio poderia comportar, mudando-se então para o Exeter Hall, e de lá para o Surrey Music Hall. Nestes locais Spurgeon freqüentemente pregou para audiências com mais de 10.000 pessoas - e tudo isto em dias anteriores ao advento da amplificação eletrônica. Em 1861 a congregação se mudou definitivamente para o recém construído Tabernáculo Metropolitano.
Spurgeon foi um exímio pregador que confrontava o evangelho da cruz. Não aceitava que qualquer tipo de mensagem ferisse o cerne do evangelho – a mensagem da cruz. Sobre a adaptação da mensagem ao moderno de sua época, ele salientou:
“A idéia de um evangelho progressista parece ter fascinado a muitos. Para nós, essa idéia é uma espécie de híbrido de tolice com blasfêmia. Depois do evangelho ter se mostrado eficaz na salvação eterna de incontáveis multidões, parece tarde para querer muda-lo; e, visto que ele é a revelação de um Deus todo-sábio e imutável, parece um tanto audacioso tentar aprimora-lo. Quando trazemos à memória os cavalheiros que se propuseram a essa tarefa presunçosa, sentimo-nos bastante inclinados a rir; é como a proposta de toupeiras para melhorar a luz do sol...”
Spurgeon com sua mensagem sólida, revolucionou a segunda metade do século XIX. Levou até as últimas conseqüências, mas não usurpou, trocou ou barganhou com o evangelho da cruz.
b) O pragmatismo moderno
Hoje, estamos diante do pragmatismo, dos métodos folosóficos, sociológicos, etc e tal para se fazer a igreja crescer. Tentam adequar a mensagem do evangelho ao público. Não pode ser uma mensagem que fira os ouvidos, que cause dor ou algo parecido. Algumas igrejas hoje mais parecem auditórios repletos de pessoas desejosas para ouvirem exatamente aquilo que o pregador vai falar. Isto se dá pelo fato do pregador falar exatamente aquilo que o auditório deseja ouvir. O evangelho da cruz é diferente. Aqui o pregador fala o que o auditório precisa ouvir; necessita ouvir.
Sobre contextualizar a mensagem, ou seja, amoldar o evangelho àquilo que o público deseja ouvir, afirmou, acertadamente, John F. MacArthr Jr.:
“ (...) Em contraste, a ‘contextualização’ do evangelho em nossos dias infectou a igreja com o espírito desta época. Escancarou as portas da igreja para o mundanismo, para a superficialidade e, em alguns casos, para uma grotesca atmosfera de festividade. Agora é o mundo que dita a agenda da igreja.”
Pode até ser difícil, mas a batalha está travada. Como asseverou o profeta Jeremias: “Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra.” Não se trata de estratagemas para uma terceira guerra mundial ou algo de maior (sob a ótica humana) gravidade, não. É a união dos profetas e sacerdotes, sob a liderança do adversário maior para ludibriar o povo com um evangelho barato, sem cruz.
Acredito no evangelho da cruz por que:
1) É o evangelho bíblico
Paulo fala aos corintos: “Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Pois nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (1 Co 2.1,2). O evangelho da cruz foi sempre a mensagem de Paulo. Nunca o apóstolo adequou o evangelho para acomodar a quem tivesse ouvindo. Para Paulo o evangelho sempre foi o evangelho da cruz, com suas marcas próprias.
Ainda que alguns hoje tentem amordaçar o evangelho, amenizar sua mensagem, contextualizar sua doutrina, o evangelho da cruz sempre apontará o pecado, contrastará o erro e mostrará o verdadeiro caminho (At. 4.12). O evangelho da cruz traz prejuízos a todos que queiram usufruir de forma ilícita. Ninguém ganhou com o evangelho, muito pelo contrário.
Às vezes me pego pensando: se o apóstolo Paulo (ou qualquer outro apóstolo) vivesse em nossos dias...
2) É o evangelho que não aceita barganha
“Os profetas profetizam falsamente, os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles, e o meu povo assim o deseja”.
Que coisa horrorosa! Mas é o que se presencia nos dias atuais, nos dias do pragmatismo. Pastores cedendo os púlpitos para que pregadores preguem exatamente aquilo que os pastores desejam ouvir. Os ouvintes gritam, sapateiam, esperneiam, tudo em nome de um poder que não sei de onde vem. Vivemos a máxima: “Ele finge que prega, a gente finge que entende.” Paulo na sua carta pastoral, admoestou Timóteo, dizendo “... porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo coceira nos ouvidos, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças...” (2 Tm 4.3). É exatamente isso que presenciamos nos dias atuais. Pregação sem cruz; mensagem que faz cócegas aos ouvidos e satisfazem plausivelmente os ouvintes.
Há uma verdadeira barganha com o evangelho. Estão barateando a graça preciosa do Senhor.
3) É o evangelho da prestação de contas
“Mas o que fareis quando chegar o fim?”
O evangelho da cruz é o evangelho do caminho do Senhor. Paulo fala aos Cotintios sobre suas dificuldades (2 Cor 11). Caso o caminho do Senhor nos leve ao enfrentamento, à solidão, nada pode nos impedir de pregar o evangelho puro, o evangelho da cruz. Não podemos, em nome de um retorno financeiro ou reconhecimento trocar a mensagem do evangelho.
Quando chegar o fim, muitos dos que se dizem pregadores e portadores das verdades eternas se verão face a face com o Senhor, e não poderão fugir àquilo que o próprio Mestre lhes dirá.
Entendo que não podermos fugir a nossa sina, anunciar o evangelho da cruz. O evangelho sem engodo, sem mistura. Como afirma Francis Schaeffer: “Acomodar-nos ao espírito reinante no mundo contemporâneo é a forma mais grotesca de mundanismo, no sentido mais pleno da palavra”.
Que Deus nos abençoe!
Sola Scriptura.
Um comentário:
Sem sombra de dúvida esse é o evangelho que precisamos envergar a qualquer custo. Que Deus nos dê misericórdia e graça!
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