Senhor, ajude-nos a cairmos sempre prostrados aos seus pés em sinal de constrangimento, submissão e amor!



domingo, 22 de julho de 2012

Batismo em Cristo

"Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados em sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.  Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado.  Porque aquele que está morto está justificado do pecado."   (Rm 6.3-7)

A carta de Paulo, o apóstolo, aos Romanos é de difícil interpretação e de uma profundidade doutrinária incontestável. Prova disso é seu impacto na vida de ilustres nomes da história da Igreja Cristã, tais como Martinho Lutero e João Calvino.  Karl Barth dedicou um livro com nada mais que quatrocentas páginas para iniciar seu pensamento sobre o pensamento paulino acerca de doutrinas como justificação, regeneração, salvação, etc.

É notório que muitos defensores da doutrina arminiana ou "semi-arminiana", como gostam de ser chamados alguns amigos particulares, são homens estudiosos e fiéis aos postulados que defendem; mas, confesso que a leitura da carta aos Romanos de forma cuidadosa leva-nos a um caminho de aceitação dos conceitos teológicos reformados.  Não há como discutir os conceitos de regeneração, justificação, salvação e batismo em Cristo na carta aos Romanos sem que aceitemos os pontos reformados.

Quero dedicar este artigo para meditar no conceito de batismo em Cristo, conforme Paulo no texto supra.  Para entender este texto, é preciso nos afastarmos do conceito de batismo em água e com o Espírito Santo, cuja evidência é o falar em outras línguas, conforme creem os pentecostais.  É algo que ultrapassa esse conhecimento.

Sobre batismo, quem muito bem explicou foi Charles Swindoll.  Ele escreve:

"A palavra 'baptizo' tem basicamente a ver com identificação.  Era um termo usado no século I para se mergulhar um veste de cor clara em um corante que era, digamos, vermelho.  Assim que o tecido era mergulhado no corante vermelho, sua identidade era mudada da cor original para o vermelho.  O ato de mergulhar, que resultava na mudança de sua identidade, era chamado de 'baptizo'.  É o termo grego do qual vem a palavra batismo."

Cristo morreu por nós na cruz e ressuscitou dos mortos por nós na sepultura.  Logo, quando cremos na morte e  ressurreição de Jesus, somos mergulhados, 'baptizados' em Cristo.  Temos nossa identidade transformada; somos tingidos pelo corante do sangue de Jesus e passamos a ter sua cor - sua identidade.  O batismo sobre o qual Paulo descreve e defende nesse texto é o batismo da transformação de postura, identidade; o batismo que não parte do homem, mas de Deus.

O batismo em Cristo é o batismo que nos afasta do legalismo e das falácias atreladas às tradições históricas que nos distanciam do sagrado e nos aproxima do profano.  O batismo em Cristo é o batismo da transformação do coração, sobre o qual os profetas do Antigo Testamento tanto falaram quando pregavam a transformação do coração de pedra em coração de carne.  O batismo em Cristo é o batismo das realizações de Cristo na vida do homem.  O batismo da 'metanóia', mudança de rota.

Há muitos batizados em águas, falando outras línguas, mas nunca passaram pelo batismo em Cristo.  É óbvio que outros muitos experimentam o batismo em águas, falam em outras línguas e passaram pelo batismo em Cristo; no entanto o que se depreende do texto bíblico é o fato de atentarmos para o primeiro, principal e verdadeiro batismo, o batismo em Cristo.  Sem este não há salvação.

É isso. 

Sola Scriptura.

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